Um dos principais grupos da oposição síria acusou hoje o Governo iraquiano de intervir no território e de «atacar o povo sírio», um dia depois de terem sido reportados confrontos perto da fronteira, entre os dois países.
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«Depois de o Governo iraquiano, liderado pelo primeiro-ministro Nuri al-Maliki, ter oferecido apoio político ao regime sírio, o regime de Bagdade avançou para um novo nível de intervenção, nas questões internas da Síria», acusou o Conselho Nacional da Síria (CNS).
O CNS acusou Bagdade de atacar o povo sírio, os seus direitos fundamentais e a sua soberania territorial.
Uma autoridade iraquiana disse hoje que um soldado do Iraque foi morto no sábado, e três outras pessoas foram feridas, entre as quais um militar, no norte do país, na sequência de um tiroteio perto do posto fronteiriço.
Os confrontos ocorreram entre as forças leais ao regime e os rebeldes, no sábado, na passagem fronteiriça dentro da Síria, disse à agência noticiosa francesa AFP o porta-voz do ministério da Defesa iraquiano, que acrescentou ainda que quatro soldados sírios receberam tratamento num hospital iraquiano.
O CNS apelou à Liga Árabe e às Nações Unidas para que condenem Bagdade por aquilo que consideram um ataque à soberania síria, afirmando que "a comunidade internacional devia, no mínimo, condenar este comportamento agressivo".
O regime iraquiano tem evitado exigir a saída do presidente sírio Bashar al-Assad, a braços com uma guerra civil.
As autoridades norte-americanas têm repetidamente apelado ao Governo iraquiano, para impedir que voos iranianos cruzem o espaço aéreo do Iraque, por transportarem armas para as forças leais a Assad.
Com a escalada de violência na Síria, a crise alastrou-se já a países vizinhos, como o Líbano e o Iraque.