Organização não governamental fala em escolas e casa destruídas em Moçambique devido ao ciclone Chido
O ciclone deixou muitas pessoas sem casa e bens essenciais
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Telhados de sala de aula que voaram, livros que desapareceram, computadores arruinados. Este é o cenário traçado pela coordenadora da organização não governamental Helpo.
Esta organização, que tem uma delegação no Norte de Moçambique, na província de Cabo Delgado, está a ter muita dificuldade em contactar os colaboradores no terreno, visto que as ligações não se conseguem estabelecer. Joana Clemente conta que duas das escolas apoiadas pela Helpo foram afetadas pelo ciclone Chido. Uma delas tem, desde o ensino básico até ao 12.º ano, 2400 alunos, a outra com cerca de 1800 alunos. Ambas ficaram com salas de aulas destruídas.
“Ainda não sabemos quantas salas, porque não conseguimos comunicação”, lamenta Joana. "[Nesta altura] temos preocupações de vária ordem, nomeadamente não conseguimos comunicar com dois elementos da equipa, não sabemos se eles e as suas famílias estão bem", refere. A coordenadora da Helpo refere que há notícia da perda de várias habitações e de bens essenciais: "Também em relação aos alunos com quem trabalhamos, precisamos de saber qual o nível de estragos no agregado familiar e ainda não conseguimos."
No distrito de Mecufi, onde a Helpo trabalha num projeto de saúde materno-infantil, a organização está a tentar fazer um levantamento dos danos ao nível do que aconteceu aos postos de saúde e só ao fim do dia contam saber o resultado, uma vez que as comunicações nesse distrito estão cortadas.
"A colega que foi fazer este trabalho só poderá comunicar connosco ao fim da tarde quando chegar à cidade", revela. "Neste momento temos preocupações de vária ordem, desde o imediato para as pessoas poderem sobreviver, porque perderam o que tinham de comida e bens essenciais, até à retoma da normalidade, nomeadamente no acesso à saúde e à educação", explica Joana Clemente, antes de concluir: “Teremos que saber qual a dimensão dos danos para depois fazer a angariação de fundos e começar o trabalho de reconstrução."