Os futuros israelitas não combatem
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Os alertas por objetos suspeitos são muito frequentes. Nos últimos dias fiquei "refém" da segurança israelita numa pastelaria, num café e numa paragem de metro ligeiro.
É coisa de meia dúzia de minutos. Vem uma carrinha com especialistas e rebenta a mala ou nem precisa, usa um robozinho e rapidamente percebe que o único crime ali cometido foi o esquecimento.
Mesmo assim é sempre levado a sério, todos se lembram do tempo em que os caixotes do lixo rebentavam com bombas de pregos e matavam muitas pessoas.
Só os judeus ultra ortodoxos insistem em violar a regra de distanciamento imposta pela autoridade. Há sempre alguns que avançavam, provocadores mais do que destemidos, a empurrar carrinhos de bebé, com bebés lá dentro. Como quem diz "gente de pouca fé, os que têm medo de morrer".
São pagos pelo Governo para estudar a Torá e para ter filhos - e cumprem ambos os requisitos escrupulosamente.
Rezam em todo o lado. Nos transportes, encostados a uma parede ou enquanto caminham, de livro na mão. Exibem a religião, a roupa ancestral e o grande número de filhos como atributos superiores.
Mas não combatem. Um acordo de décadas permite aos ultra ortodoxos não fazerem o serviço militar, obrigatório por lei para todos os outros judeus a parir dos 18 anos.
Muitos não acreditam no Estado Israel e garantem que o Messias ainda há de vir.
Basta vê-los com seis, sete filhos, em escadinha, para perceber que, se nada mudar, é deles o futuro de Israel.
Alguém consegue imaginar esse país?
