O Parque Nacional da Gorongosa, uma reserva que conta com mais de 80 mil animais de grande porte, foi uma das zonas devastadas pela passagem do ciclone Idai por Moçambique.
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Mais de metade do Parque Nacional da Gorongosa, em Moçambique, ficou inundado e muitas espécie morreram, devido ao ciclone Idai. "Os pequenos animais que vivem em tocas ficaram afogados", lamenta Vasco Galante, diretor de comunicação do Parque Nacional da Gorongosa.
Mas nem tudo são más notícias e, no meio da tragédia, há ainda histórias com final feliz. Houve vários outros animais que conseguiram encontrar abrigo e escapar.
"Sabemos que os elefantes e os leões refugiaram-se nas zonas mais elevadas", conta o representante do parque. Também os mabecos (cães-selvagens-africanos) "foram vistos perto da pista de aterragem de Chitengo".
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Além da grande diversidade de vida animal, a Gorongosa é também conhecida por ser o lar de cerca de 200 mil pessoas, que vivem na zona envolvente ao parque.
A grande maioria dos habitantes da área ficaram desalojados e sem acesso a comida nem água.
"As cheias foram catastróficas. As pessoas perderam as suas culturas, perderam as suas casas, muitas delas tiveram que isolar-se em terrenos mais elevados", conta Vasco Galante.
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O representante do parque refere que, devido ao ciclone, as estrada de acesso ao parque ficaram inundadas. O reconhecimento dos danos teve de ser feito por helicóptero, e foi nessa altura que se percebeu a dimensão dos danos.
A Gorongosa, que fica a cerca de 160 quilómetros da Beira, foi evacuado um dia antes do ciclone. Vasco Galante considera que as inundações no parque podem ter ajudado a evitar uma tragédia ainda maior noutras zonas.
"Se não existisse o parque, as cheias na zona onde vivem as pessoas teriam sido ainda mais desastrosas, porque essa água não ficaria retida no parque e teria ido até à Beira. Teria sido um desastre de ainda maiores proporções", afirma o representante do parque.
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Vasco Galante diz que, nesta altura, a Gorongosa está transformada num centro de ajuda, com os cerca de 300 trabalhadores do parque a prestar apoio humanitário às populações afetadas. "Começámos, de imediato, a distribuir comida e bens de primeira necessidade", acrescenta.
Para ajudar as populações, o parque lançou agora um fundo de alívio, que pretende angariar chegar aos 400 mil dólares. Até ao momento, conseguiram atingir 15% do objetivo.
O parque nacional espera reabrir no final do próximo mês de maio.