O Presidente eleito ofereceu a Musk a gestão de um gabinete de "eficiência governamental" com o objetivo de cortar nas despesas burocráticas e cumprir o objetivo do republicano de eliminar o que considera serem perturbações sistémicas da administração pública às políticas de estado
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A nomeação de Susie Wiles como chefe de gabinete da Casa Branca é a primeira anunciada pelo Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, para o seu novo mandato, no qual se esperam muitas figuras que lhe são leais.
No seu primeiro mandato, entre 2017 e 2021, vários membros afastaram-se ou foram afastados pelo político republicano, sobretudo após o assalto ao Capitólio dos seus apoiantes, mas a sua futura administração terá como vice-Presidente o antigo senador do Ohio J. D. Vance, que foi um dos seus críticos no passado e será o número dois da Casa Branca.
Wiles, a primeira mulher nomeada chefe de gabinete da Casa Branca, um dos cargos mais importantes em Washington, tem sido uma das principais conselheiras da campanha republicana e o próprio Trump atribui-lhe a vitória da passada terça-feira contra a candidata democrata e atual vice-Presidente, Kamala Harris.
Uma das pessoas que poderá ter um grande relevo é o multimilionário Elon Musk, responsável da Tesla e da SpaceX e dono da rede social X, de onde tem promovido uma forte campanha a favor do republicano, além de uma contribuição acima de cem milhões de euros da sua fortuna pessoal.
Trump ofereceu a Musk a gestão de um gabinete de "eficiência governamental" com o objetivo de cortar nas despesas burocráticas e cumprir o objetivo do republicano de eliminar aquilo a que chama "deep state", ou o que considera serem perturbações sistémicas da administração pública às políticas de estado.
Espera-se também alguma posição para Robert F. Kennedy Jr., sobrinho do ex-Presidente democrata John F. Kennedy (1961-1963), que retirou a sua candidatura presidencial como independente para apoiar Trump, um gesto rejeitado pela dinastia Kennedy.
Este polémico empresário, conhecido pelas suas posições anti-vacinas, disse que poderá ter um papel importante na política de saúde da próxima administração Trump.
Stephen Miller, um dos grandes ideólogos da política anti-imigração do futuro Presidente, poderá ser outro nome em destaque na futura administração republicana.
Uma das decisões mais importantes que o próximo Presidente deverá tomar é a nomeação do procurador-geral, que vai dirigir o Departamento de Justiça e encerrar os dois processos-crime contra o republicano pelo assalto ao Capitólio em janeiro de 2021 e pela retirada de documentos confidenciais da Casa Branca.
Depois de uma relação tensa com os seus procuradores do primeiro mandato, Jeff Sessions e William Barr, espera-se que o magnata nova-iorquino escolha um nome leal que nunca lhe virará as costas, como Jeff Clark, ex-procurador-geral adjunto que foi acusado ao lado de Trump por interferência eleitoral no estado da Geórgia, ou o atual procurador-geral do Texas, Ken Paxton.
Um dos nomes mais especulados para liderar a diplomacia norte-americana é o de Marco Rubio, senador pela Florida que estava na lista de possíveis vice-presidentes para um segundo mandato do republicano.
Rubio, de origem cubana, exerceu bastante influência na política para a América Latina no primeiro mandato de Trump na Comissão de Relações Exteriores do Senado, mas alguns conselheiros do futuro Presidente acreditam que o seu perfil de "falcão" contrasta com a política isolacionista de "América em primeiro lugar" que o futuro líder da Casa Branca preconiza.
Também na lista de possíveis escolhas está Richard Grenell, o polémico ex-embaixador norte-americano na Alemanha, um homem muito leal ao republicano e que esteve envolvido na sua tentativa de reverter a derrota eleitoral de 2020 no estado do Nevada.
Participou também numa reunião recente entre Trump e o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Para secretário da Defesa, é colocada a possibilidade de Mike Pompeo, que já esteve à frente do Pentágono no primeiro mandato de Trump e é um dos poucos membros do anterior executivo que poderá repetir-se.
Outros nomes em cima da mesa são Mike Waltz, congressista da Florida e coronel reformado da Guarda Nacional, e o senador do Arkansas, Tom Cotton, que já tinha sido sugerido como secretário da Defesa para o primeiro mandato do republicano.
À frente do Tesouro poderá estar Robert Lighthizer, que já era representante do Comércio Externo no primeiro mandato de Trump e é considerado um cético em relação ao comércio livre e um defensor da guerra das tarifas com a China.
Doadores importantes da campanha de Trump, como os empresários Howard Lutnick, Scott Bessent e John Paulson, também estão a ser considerados para o cargo.
O governador do Dakota do Norte, Doug Burgum, está na lista de potenciais secretários de Energia, e a ex-secretária de Educação Betsy Devos poderá regressar a este departamento para cumprir a promessa de Trump de o eliminar.