Ao 15.º dia os primeiros jovens presos numa gruta tailandesa viram a luz do dia. As boas notícias chegaram, finalmente, mas ainda há muito trabalho pela frente.
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O resgate dos 12 jovens e o treinador que se encontram presos dentro da gruta Tham Luang, em Chiang Rai, teve início às 10 horas locais de domingo, 4 horas em Portugal continental. A operação, considerada de risco elevado, está a ser feita com recurso ao mergulho nas zonas submersas da gruta e será retomada dentro de algumas horas (após a saída dos primeiros quatro jovens, o governador falou num período de tempo de 10 a 20 horas).
Como foi realizado o resgate?
Na conferência de imprensa, Narongsak Osotthanakorn, o governador e responsável pelas operações de resgate, falou sobre alguns dos pormenores do que se passou este domingo e das preocupações dos próximos dias.
A rapidez da primeira operação de resgate foi um dos pontos positivos realçados pelo governador. "A operação hoje foi mais rápida do que quando ensaiamos, 10 minutos mais rápido", especifica.
Durante a operação as crianças usaram "máscara faciais completas" e foram transportados pelos mergulhadores que os acompanharam durante todo o tempo.
A equipa que está a realizar o resgate é composta por "13 mergulhadores e cinco SEALs da Marinha". Porém, no total estão 90 mergulhadores envolvidos nas operações, entre eles "50 estrangeiros e 40 tailandeses".
Narongsak Osotthanakorn não divulgou a identidade dos quatro rapazes retirados da gruta tailandesa, mas assegurou que estão "em segurança" e nas mãos de equipas profissionais no Hospital Prachanukroh.
Obstáculos a ter em conta: água e tempo
O governador de Chiang Rai enalteceu que a água e o tempo são os grandes obstáculos nesta operação de resgate, tendo em conta que as monções estão previstas para os próximos dias e dificultarão muito a entrada no local pelo menos até outubro, sendo que o local fica totalmente submerso.
"Temos dois obstáculos: água e tempo. Temos lutado contra isto desde o primeiro dia. Temos de fazer tudo o que pudermos, mesmo que seja difícil lutar contra a força da natureza", disse o governador no dia em que voltou a chover com intensidade no local da gruta.
O pós-resgate
Depois de quatro primeiros rapazes terem deixado a gruta pelo próprio pé, o oxigénio é uma das grandes preocupações, já que estiveram expostos a níveis abaixo do considerado normal cerca de duas semanas.
"Uma das principais preocupações neste momento é o oxigénio. Estiveram numa área em que os níveis de oxigénio são baixos" e após a saída é preciso verificar "os níveis e a respiração", explicou uma médica da Universidade de Tennessee à CNN.
Para além desta questão, os jovens serão submetidos a diversos exames para se analisarem problemas como a desnutrição, a desidratação e outros efeitos nocivos para a saúde de quem esteve presos num local escuro, fechado e húmido durante 15 dias.
A coragem e motivação para quem está no interior da gruta
Os rapazes que se encontram no interior da gruta devem ser informados sobre o facto de a primeira operação de resgate ter corrido bem. "Seria um grande impulso de confiança", assegura a psicóloga e mergulhadora Carole Lieberman à estação televisiva CNN.
A recuperação dos mergulhadores que fizeram o resgate
Após o primeiro fôlego de felicidade e dever cumprido, os mergulhadores precisam de momentos de descanso para recuperarem para a próxima missão.
O governador explicou que as botijas de oxigénio necessitam de ser reabastecidas antes de voltarem à gruta e que os profissionais precisam de recuperar forças.