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A história de um ladrão que roubou outro ladrão e do ciclista assaltante que não saiu do mesmo lugar. Rir para não chorar com o drama da insegurança pública do Brasil.
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Há milhares de assaltos todos os dias no Brasil. E como, por causa das câmaras de segurança espalhadas por cada canto, há cada vez mais roubos e furtos gravados em vídeo, as televisões mostram-nos e a sensação de insegurança da população aumenta. É tudo trágico. Mas com uns intervalos cómicos também.
Como num roubo no Roraima, estado a que chegam por dia 800 venezuelanos desesperados a fugir da fome no seu país. Foi precisamente um cidadão venezuelano, acompanhado pela filha de nove anos, quem protagonizou às 3h00 da madrugada o roubo de uma televisão plasma de uma pastelaria.
Não foi fácil: usou três alicates para conseguir desembaraçar os cadeados que os donos do estabelecimento, prevenidos, colocaram no local. Quando por fim conseguiu concretizar o assalto foi imediatamente abordado por um vigilante que lhe tirou a televisão das mãos. Final feliz? Não. O vigilante não era vigilante mas apenas um segundo ladrão a passar-se por vigilante que com certeza acredita naquela máxima das Mil e Uma Noites que promete cem anos de perdão a quem fez o que ele fez.
No interior de São Paulo, entretanto, um ladrão deve ter planeado por meses roubar uma bela bicicleta estacionada todo o santo dia junto a um estabelecimento comercial. Quando decide que é a hora certa, encavalita-se e pedala com toda a força que tem. De dentro da loja, a dona, tranquilíssima, só observa. Cansado, o assaltante entende a tranquilidade minutos depois: a bicicleta, apenas de decoração, não sai do lugar.
O correspondente da TSF no Brasil, João Almeida Moreira, assina todas as quintas-feiras no site da Rádio a crónica Acontece no Brasil.