Jens Stoltenberg reconheceu que a Noruega não voltará a ser a mesma depois dos atentados de sexta-feira, mas assegurou que o país vai permanecer fiel aos valores da abertura e da democracia.
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No dia em que milhares de pessoas prestaram homenagem no centro de Oslo às vítimas do atentado bombista e do ataque armado que vitimou pelo menos 76 pessoas, Stoltenberg admitiu em entrevista à BBC que as consequências do atentado vão ser duradouras.
«Penso que a Europa vai mudar. Vai haver um antes e um depois», declarou Stoltenberg à BBC.
«Mas penso igualmente que a Noruega será fácil de reconhecer. Seremos sempre uma sociedade comprometida com os valores da democracia e da abertura, e uma sociedade que encoraja as pessoas a serem activas, participarem na vida política de tal forma que se sintam em segurança", acrescentou.
Stoltenberg disse que a Noruega esteva preparada para ser alvo de ataques terroristas, mas nunca imaginou que pudesse ocorrer semelhante violência.
«A Noruega é um país onde toda a gente se sente próxima, e nunca tínhamos vivido um acontecimento semelhante. É preciso recuar à II Guerra Mundial para encontrar um ato de violência semelhante ao ocorrido na sexta-feira», declarou.
Interrogado sobre as possíveis ligações de Anders Behring Breivik, o autor confesso dos atentados, com movimentos europeus de extrema-direita, o primeiro-ministro disse que preferia aguardar pelas conclusões do inquérito policial.
«Quando terminarem o seu trabalho, saberemos mais sobre as possíveis ligações internacionais e todos os outros aspectos deste crime horrível», sublinhou.
No entanto, reconheceu que «nenhuma sociedade (...) pode proteger-se a 100 por cento contra actos de terrorismo, de violência».