Os ministros árabes dos Negócios Estrangeiros pressionaram, esta terça-feira, as autoridades sírias para «terminarem de imediato com o derramamento de sangue».
Corpo do artigo
No final da reunião na sede da Liga Árabe no Cairo, os ministros árabes frisaram a «necessidade de alterações imediatas que conduzam ao fim da efusão de sangue e à protecção do povo sírio», refere o comunicado divulgado pelo chefe da diplomacia do Qatar, xeque Hamad ben Jassem al-Thani.
O mesmo responsável, que presidiu à sessão ministerial do Conselho da Liga Árabe, apelou ainda às autoridades de Damasco para travarem a «máquina de matar» e exigiu a retirada do exército das cidades e a suspensão de toda as operações militares no país.
De acordo com a ONU, a repressão do regime do presidente Bachar al-Assad contra a contestação popular desencadeada em Março já provocou mais de 2600 mortos. O regime argumenta que está a combater «bandos terroristas armados» e recusa reconhecer a amplitude da contestação.
«O exército deve retirar-se das cidades para permitir o início de um diálogo entre o povo e o governo. Não podemos aceitar o prosseguimento da máquina de matar nesse país», disse o ministro, no encerramento da sessão ordinária do Conselho da Liga.
«A liderança síria deve adoptar medidas urgentes para aplicar o acordo obtido durante a visita a Damasco de Nabil al-Arabi, secretário-geral da Liga Árabe», insistiu o xeque Hamad.
No sábado, Al-Arabi anunciou ter alcançado um acordo sobre as reformas com o presidente Bachar al-Assad no decurso de uma breve deslocação à Síria, a primeira iniciativa concreta da Liga Árabe desde o início da contestação, em 15 de Março.
No comunicado, a organização pan-árabe acrescenta ter «discutido a crise síria nos seus diferentes aspectos e a função que a Liga pode desempenhar para contribuir numa solução desta crise».