Fundo Monetário Internacional alerta para subida da dívida pública global para quase 100% do Produto Interno Bruto.
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As medidas de resposta à crise pandémica já custaram ao planeta 14 biliões de dólares, o equivalente a cerca de 11,6 biliões de euros.
As contas são do Fundo Monetário Internacional (FMI), que indica gastos de 6,4 biliões de euros em aumentos de despesa e diminuições de receita e perto de 5 biliões de euros em injeções de capital, empréstimos e garantias públicas.
Numa atualização relatório de monitorização orçamental, o FMI nota um aumento próximo de 2 mil milhões neste valor desde os últimos cálculos, feitos em outubro, e alerta para o consequente crescimento da dívida pública do planeta para 98% do PIB mundial neste ano e 99,5% no próximo.
É nos países mais ricos que o défice e a dívida mais aumentam, seguidos dos mercados emergentes. Nas economias mais desenvolvidas, a degradação dos saldos orçamentais tem origem em aumentos da despesa semelhantes às perdas de receita, enquanto nos países em desenvolvimento o impacto deve-se ao colapso das receitas.
Os especialistas escrevem que a maior parte dos países espera reduzir o défice neste ano à medida que a receita cresce e a despesa baixa, devido ao fim das medidas de apoio, mas alerta que sem ajuda adicional à economia, adivinham-se apertos orçamentais que podem atrasar a recuperação económica, cujo ritmo e duração permanecem desconhecidos.
Esses apertos - ou políticas de austeridade - podem chegar por via do receio dos Estados sobre os efeitos que o aumento do endividamento podem ter no rating da dívida.
O mundo teve um défice de 11,8% em 2020, acompanhado de um rácio de 97,6% da dívida sobre o PIB. Para 2021 o FMI estima um saldo orçamental negativo de 8,5% neste ano, e uma dívida de 99,5%.
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