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O avançar da idade do papa Francisco, que celebra, esta terça-feira, no Vaticano, 88 anos, poderá trazer à Igreja Católica, de facto, alargadas marcas de ansiedade, já que são cada vez mais os seus inimigos, de modo especial, nos meios católicos conservadores.
Há cardeais, bispos e padres, sobretudo americanos, que não escondem esse incómodo de terem na Santa Sé um Papa que consideram ilegítimo e defensor de uma igreja que não respeita a tradição, impedindo que se regresse a Trento, no século XVI, e às suas teses debruadas de latim.
São os movimentos espiritualistas que consomem os seus seguidores, envoltos em decadente religiosidade, imersa em práticas gasosas e ridículas. É esta igreja que o Papa argentino quis sacudir logo que chegou aos comandos da barca de Pedro.
Mas a Igreja Sinodal, que Francisco quis semear nos últimos anos, não terá avançado com a determinação requerida para uma reforma urgente do catolicismo. E mais: a fragilidade da saúde deste Papa, filho de imigrantes italianos, a juntar-se à onda reacionária da extrema-direita católica que pode fazer perigar uma nova primavera da Igreja, iniciada em 2013, ano em que um homem, batido pela agitação da Teologia da Libertação na América Latina, ousava pedir, em público, que não se esquecessem de rezar por ele.
Ad multos annos Franciscus!