Papa e quatro presidentes latino-americanos em lista dos mais influentes do mundo
O papa e os presidentes do Brasil, Dilma Rousseff, do México, Enrique Peña Nieto, da Colômbia, Juan Manuel Santos, e do Uruguai, José Mujica, estão entre os 100 pensadores mundiais mais influentes, indica hoje a revista Foreign Policy.
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A lista dos "100 pensadores globais" de 2013, incluída na edição de dezembro da revista, apresenta o papa Francisco, Peña Nieto, Santos e Mujica na categoria de "Responsáveis pela tomada de decisões", enquanto Rousseff surge no grupo daqueles que lutam como "O Estado de Vigilância" (a espionagem dos Estados Unidos).
A presidente brasileira destaca-se «por enfrentar Washington e espiões» e partilha esta categoria com o ex-assessor dos serviços secretos norte-americanos Edward Snowden, considerado influente «por expor o alcance da espionagem governamental».
Dilma Rousseff, que este ano criticou a agência de segurança nacional norte-americana (NSA) na ONU, não teve dúvidas em «criticar abertamente os Estados Unidos», com um ímpeto que «se apoia no passado de revolucionária de esquerda» e por um descontentamento com o imperialismo, partilhado com os homólogos do continente, de acordo com a revista Foreign Policy (FP).
O papa Francisco surge nesta lista «por levar a Igreja Católica para o século XXI» e «dar vigor e relevância a uma Igreja vista como cada vez mais desligada do mundo».
Os «pequenos gestos de humildade» e «visão ampla» do argentino Jorge Bergoglio pedem à Igreja Católica que «volte às suas raízes ideológicas, sublinhando a importânica do serviço e da amabilidade», destaca.
A revista destaca a atuação de Enrique Peña Nieto, que «abalou as instituições moribundas do México», com uma «cascata de reformas» na polícia, educação, telecomunicações e indústria energética e por se aproximar da oposição e conceder-lhe «um verdadeiro poder».
E considera que Peña Nieto está a escrever uma «história de transformação» que inclui a luta contra o narcotráfico, coordenando «esforços de segurança através de todas instituições e dando destaque ao crescimento económico e investimento estrangeiro», o que veio «fortalecer os laços com Washington», garante.
A Foreign Policy indica que o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, «arriscou tudo para acabar com a guerra civil no país» ao lançar conversações de paz com a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), que já resultaram em acordos sobre terras e participação política.
Apontando que «a resistência à ofensiva de paz de Santos está a crescer», a revista considera que «se não conseguir, Santos vai perder, seguramente, a reeleição, mas um êxito poderá levar a Colômbia à paz pela primeira vez em meio século», refere.
A FP elogia José Mujica «por redefinir a esqueda na América Latina». Meses depois da morte do presidente da Venezuela Hugo Chávez, «o movimento encontrou um novo e inesperado pioneiro em José Mujica», que «pôs em marcha uma experiência de liberalismo social, sem precedentes na região».
No artigo cita-se a legalização do aborto durante o primeiro trimestre da gravidez, no final de 2012, a aprovação do casamento homossexual, em maio passado, e a iminente legalização da marijuana, uma medida de «recusa da guerra contra as drogas liderada pelos Estados Unidos» e que Mujica «espera ver estender-se a outros países».
Na lista surgem ainda personalidades como a reitora da Universidade Autónoma das Honduras, Julieta Castellanos, o presidente do Irão, Hassan Rohani, e a chanceler alemã, Angela Merkel, entre outras.