O líder da Igreja Católica considera que quem faz parte da Máfia não pode viver "como um cristão".
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O Papa Francisco dirigiu-se este sábado à Máfia Siciliana, para que os seus membros abandonem a vida de crime e violência, defendendo que a ilha italiana precisa de "homens e mulheres de amor, não de homens e mulheres 'de honra' ", usando o termo que os mafiosos usam para se definir.
Na capital da Sicília, o sumo pontífice avisou os membros da Máfia de que "não podem acreditar em Deus e ser mafiosos" ao mesmo tempo, apelidando-os de "queridos irmãos e irmãs".
Esta visita a Palermo é feita para relembrar a morte do Padre Giuseppe "Pino" Puglisi, assassinado por mafiosos em 1993, depois de desafiar o controlo da organização sobre um dos bairros mais perigosos da cidade.
Um mafioso não vive como um cristão porque o seu modo de vida é uma blasfémia perante o nome de Deus", disse Francisco durante o sermão da missa que celebrou esta manhã, perante 80 mil pessoas, no porto da capital Sicília.
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"Digo aos mafiosos: mudem, irmãos e irmãs! Parem de pensar em vós próprios e no vosso dinheiro. Convertam-se ao verdadeiro Deus, Jesus Cristo, queridos irmãos e irmãs", disse.
No sul de Itália, a Igreja Católica tem um passado conturbado no que diz respeito às relações com a organização criminosa.
O cardeal Ernesto Ruffini, arcebispo de Palermo entre 1945 e 1967 negou a existência da Máfia, considerando que o comunismo era a maior ameaça à Igreja.