O fumo branco saiu da chaminé às 17h08 desta quinta-feira: o novo Papa é o norte-americano Robert Prevost e vai chamar-se Leão XIV. Acompanhe tudo na TSF
Corpo do artigo
O novo Papa, Leão XIV, assumiu esta sexta-feira perante os cardeais eleitores o desafio de ser sucessor de São Pedro, em tempos de "ateísmo prático" de muitos crentes e não crentes e em que a fé é considerada "coisa absurda".
"Ainda hoje não faltam contextos em que a fé cristã é considerada uma coisa absurda, para pessoas fracas e pouco inteligentes; contextos em que em vez dela se preferem outras seguranças, como a tecnologia, o dinheiro, o sucesso, o poder e o prazer", afirmou o antigo cardeal Robert Prevost, que criticou a falta de prática religiosa, na sua primeira homilia como Papa.
"Não faltam contextos nos quais Jesus, embora apreciado como homem, é simplesmente reduzido a uma espécie de líder carismático ou super-homem, e isto não apenas entre os não crentes, mas também entre muitos batizados, que acabam por viver, a este nível, num ateísmo prático", disse.
Numa homilia na Capela Sistina dirigida aos cardeais eleitores e que teve mulheres a fazer as leituras, Leão XIV mostrou-se consciente da responsabilidade de liderar a Igreja Católica.
A missa de inauguração do pontificado de Leão XIV realiza-se a 18 de maio, anunciou esta sexta-feira o Vaticano, devendo a cerimónia contar com a presença de delegações e chefes de Estado de todo o mundo.
A missa servirá como uma tomada de posse formal do Papa Leão XIV, a que se seguirá a primeira audiência geral com os fiéis a 21 de maio.
Três dias depois, a 24 de maio, o novo Papa deverá reunir-se com a Cúria e os responsáveis do Vaticano, acrescentou.
O patriarca de Lisboa já se encontrou algumas vezes com o cardeal Robert Francis Prevost, agora Papa Leão XIV. Ouvido pela TSF esta sexta-feira, Rui Valério confessa que espera uma visita do chefe da Igreja Católica a Portugal, até porque, além de Agostinho, Leão XIV é também Mariano.
O Papa Leão XIV celebra esta sexta-feira às 11h00 locais (10h00 em Lisboa) uma missa com os cardeais na Capela Sistina.
O novo Papa vai presidir também à oração "Regina Coeli" (Rainha do Céu) no domingo, às 12h00 (11h00 em Lisboa), a partir da varanda da basílica São Pedro.
Na segunda-feira, Leão XIV terá um encontro com jornalistas, disse o diretor do serviço de imprensa do Vaticano, Matteo Bruni.
Foi com surpresa que os fiéis presentes na Praça de São Pedro, no Vaticano, receberam a notícia da eleição de Robert Prevost. O relato é feito à TSF pelo padre Pedro Daniel Marques, da Diocese de Braga, que esteve desde a manhã de quinta-feira à frente da Basílica de São Pedro à espera de conhecer o novo Papa. Pedro Daniel Marques garante ter ficado feliz com a escolha do conclave.
O padre assume que será um dia que vai recordar sempre. Sobre o futuro, Pedro Daniel Marques mostra ter esperança no trabalho que será feito pelo novo Papa, já que os primeiros sinais que deu, diz, foram positivos.
As primeiras páginas dos jornais de todo o mundo dão conta da eleição de Leão XIV como novo Papa. A promessa de "construir pontes" é a frase que mais sobressai.
Robert Francis Prevost, de 69 anos, foi eleito novo Papa e passa a ser Leão XIV. O norte-americano é assim o novo líder da Igreja Católica e chefe de Estado do Vaticano.
Prefeito do Dicastério para os Bispos foi eleito num conclave que durou pouco mais de 24 horas. É olhado como uma das figuras mais progressistas da igreja norte-americana e muito ligado à imigração e justiça social. Próximo do Papa Francisco, foi missionário no Peru.
O cardeal protodiácono Dominique Mamberti fez o anúncio na varanda da Basílica de S. Pedro.
"O eminentíssimo e reverendíssimo senhor, senhor Robert Prevost, cardeal da Santa Igreja Romana Prevost, que se impôs o nome de Leão XIV", disse em latim.
A professora Teresa Toldy explica que Leão XII foi o primeiro Papa a emitir documentos sobre a doutrina social da Igreja. A escolha do nome de Francis Prevost é, por isso, um aspeto importante.
Robert Francis Prevost destaca a referência que o novo chefe da Igreja Católica fez à "paz entre todos os povos".
"Ele frisou muito a questão da paz, evocou o Papa Francisco pelo menos duas vezes, nomeadamente recordando quando dizia que deus amava a todos incondicionalmente", nota.
Teresa Toldy refere igualmente que é relevante o facto de o novo Papa ter mencionado a necessidade de construir pontes, numa altura em que as tensões dentro da Igreja "tornaram-se mais visíveis". O chefe da Igreja Católica procurou, assim, passar a mensagem de quer o "fundamental" é o cumprimento da mensagem "de Jesus Cristo".
Há ainda um cunho de missão de encaminhar o povo, quando evoca a frase de Santo Agostinho: "Convosco sou cristão, para vós sou bispo."
Teresa Toldy desvaloriza as reações de Donald Trump em relação à eleição de Prevost, sobretudo porque não lhe reconhece a competência da "racionalidade". O Presidente dos EUA saudou o primeiro norte-americano eleito líder da Igreja Católica.
"Não foi por acaso": a professora considera igualmente que o facto de Leão XIV, que viveu durante duas décadas no Perú, ter falado em espanhol aos fiéis é particularmente relevante tendo em conta a política anti-imigração dos EUA.
"Falou de uma igreja sinodal. Se não falasse disso logo na abertura, podia criar um ponto de interrogação. A partir do momento em que menciona Francisco, compromete-se a seguir isso", atira.
Robert Francis Prevost nasceu em 14 de setembro de 1955, em Chicago.
Em 1977 entrou no noviciado da Ordem de Santo Agostinho (O.S.A.), tendo feito os votos solenes em 29 de agosto de 1981.
Estudou na União Teológica Católica de Chicago, licenciando-se em Teologia.
Aos 27 anos foi enviado pela Ordem a Roma para estudar Direito Canônico na Pontifícia Universidade de Santo Tomás de Aquino, tornando-se sacerdote em 1982.
Foi ordenado padre em 19 de junho de 1982, tendo estado a trabalhar na missão de Chulucanas, Piura, no Peru, entre 1985 e 1986.
Em 2014 foi nomeado pelo Papa Francisco como administrador apostólico da Diocese de Chiclayo, do Peru, tendo sido ordenado como bispo nesse mesmo ano. Em setembro do ano seguinte, foi nomeado bispo de Chiclayo em Peru. Desde março de 2018, é adjunto do vice-presidente da Conferência Episcopal Peruana.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, felicitou o primeiro Papa norte-americano, o cardeal Robert Francis Prevost, nomeado pelo conclave reunido na Capela Sistina, em Roma, como sucessor de Francisco.
"Parabéns ao cardeal Robert Francis Prevost, que acaba de ser nomeado Papa. É uma grande honra saber que ele é o primeiro Papa norte-americano. Que emoção e que grande honra para o nosso país", escreveu Trump na sua rede social, Truth Social.
"Estou ansioso por conhecer o Papa Leão XIV. Será um momento muito significativo!", acrescentou o chefe de Estado norte-americano.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, felicitou hoje o novo Papa Leão XIV e desejou-lhe um pontificado pleno de luz, humanismo e universalismo, promovendo a paz e a compreensão num contexto internacional de instabilidade e de incerteza.
Esta reação de Luís Montenegro foi publicada na sua conta oficial na rede social X (antigo Twiiter), depois de a Santa Sé ter anunciado que o cardeal norte-americano Robert Francis Prevost, de Chicago, foi eleito Papa pelos 133 cardeais reunidos no Vaticano, tendo assumido o nome de Leão XIV.
“Felicito Sua Santidade o Papa Leão XIV pela eleição e desejo um pontificado pleno de luz, humanismo e universalismo. Felicito os católicos portugueses e os católicos de todo o mundo”, escreveu o primeiro-ministro português.
A seguir, Luís Montenegro referiu-se à atual conjuntura mundial, afirmando esperar que “nesta hora internacional de grande instabilidade e incerteza, o Papa Leão XIV e a Santa Sé possam ser ouvidos na promoção da paz, da empatia, da compaixão e da compreensão entre todos”.
Prevost é o primeiro Papa norte-americano
Robert Francis Prevost torna-se agora o primeiro Papa norte-americano, adotando o nome Leão XIV.
Manuel Vilas Boas, jornalista TSF especialista em religião, explica que Leão XIII foi um papa muito importante, porque sinalizou a intervenção da igreja social, mais do que espiritual.
"Era um homem altamente respeitável e apontado por menos gente, mas é um homem que a Igreja Católica pode ficar segura de que não vai trair a herança do Papa Francisco. Prevost é um nome para que a Igreja possa sobreviver num mundo de grande perturbação que temos neste momento. Prevost, sendo americano e um missionário dos padres agostinhos, é alguém que chega com experiência missionário, algo de grande privilégio e intensidade."
Robert Francis Prevost "vai continuar a ação do Papa Francisco", defende o bispo do Porto, que sublinha que a Igreja Católica está aberta a todos que a queiram conhecer.
"A Igreja está no mundo não para ser uma força que se mede pelos números, mas para promover a paz", destaca. Todos que acreditam nestes valores "têm um lugar".
Sobre o papel das mulheres na Igreja Católica, Manuel Linda admite que talvez não seja para já a extensão ao acesso ao sacerdócio, mas esse é um "caminho que se vai fazendo" e assegura que "tudo aquilo que já foi conquistado não volta para trás".
O especialista em assuntos religiosos da TSF, Manuel Vilas Boas, afirma que Leão XIV será "construtor de pontes", honrando o cargo de sumo pontífice.
O novo Papa Leão XIV surgiu entretanto perante os fiéis no Vaticano, acenando para quem o aclamou na praça de São Pedro.
"A paz esteja com todos vós. Caríssimos irmãos e irmãs, esta é a primeira saudação (...) uma saudação de paz e espero que chegue ao coração das vossas famílias", começou por dizer o novo Papa.
O norte-americano diz que "esta é a paz de cristo ressuscitado, desarmada e desarmante".
"Ainda temos nos nossos ouvidos a voz débil e corajosa do Papa Francisco. O Papa que abençoava Roma, que dava a sua bênção ao mundo. Permiti-me dar continuidade àquela bênção (...) Sem medo, unidos, seguimos adiante", prometeu, dizendo que "o mundo tem necessidade da luz de cristo".
"Ajudai-nos a construir pontes de diálogo com o mundo para sermos um povo único, o povo da paz. Obrigado, Papa Francisco", agradeceu.
E referiu: "Sou um filho de Santo Agostinho, sou agostiniano (...) Assim podemos caminhar todos juntos."
Leão XIV voltou a falar do "diálogo" e deixou ainda palavras em espanhol, para a diocese em que esteve no Peru.
"Desejamos ser uma igreja sinodal, em caminho, sempre em busca pela paz, que sempre busca a caridade, que sempre procura ser próxima", garantiu.
Em declarações à TSF, o bispo do Porto, Manuel Linda, defende que Robert Francis Prevost é o Papa que o mundo precisa porque o "Espírito Santo não dá maus presentes à Igreja".
O momento em que se viu fumo branco na chaminé da Capela Sistina. Os cardeais elegeram um novo Papa no segundo dia de conclave.
Milhares de pessoas aguardam na Praça de São Pedro para saber quem é o sucessor de Papa Francisco, que deverá aparecer em breve na varanda da Basílica de São Pedro.
O Conclave já escolheu um novo líder da Igreja Católica.
Por volta das 17h08, saiu fumo branco da chaminé da Capela Sistina, o que significa que "temos Papa".
A identidade e o nome que adotará como pontífice serão revelados em breve.
A eleição acontece no segundo dia de conclave e após quatro rondas de votação.
O líder da AD, Luís Montenegro, encontrava-se em Fátima quando começou a sair fumo branco da chaminé da Basílica de São Pedro, no Vaticano, anunciado a eleição no novo Papa, o que considerou "coincidência muito feliz".
Luís Montenegro foi informado da notícia pela comunicação social quando saía de uma loja de artigos religiosos em Fátima. "Eh lá, viemos a Fátima e há fumo branco", exclamou.
Quando questionado se é um sinal para a campanha da AD, Montenegro respondeu que sim, apesar de não saber de quê.
Os cardeais eleitores ainda não chegaram a um consenso para a eleição do novo Papa. Volta a sair fumo negro da chaminé da Capela Sistina.
Os cardeais eleitores regressam, esta quinta-feira, à Capela Sistina para retomar o processo de escolha do novo papa. A primeira votação está agendada para as 09h30 (hora de Lisboa). Nessa altura, só há sinal de fumo pela chaminé se o novo Papa for eleito, ou seja, branco ou nenhum.
O processo eleitoral só acaba quando for obtida uma maioria de dois terços, isto é, 89 votos.
09h30: só há sinal de fumo pela chaminé se o novo Papa for eleito, ou seja, branco ou nenhum.
11h00: pode sair fumo negro (não eleição do Papa) ou branco.
16h00: só há sinal de fumo pela chaminé se o novo Papa for eleito, ou seja, branco ou nenhum.
18h00: pode sair fumo negro ou branco.
Os cardeais não chegaram a um consenso e é fumo negro que sai da chaminé da Capela Sistina.
Às 16h46 de Lisboa, as portas da Capela Sistina fecharam-se.
Tem, assim, início o conclave, que junta 133 eleitores de 70 países. Para ser eleito, o cardeal escolhido terá de obter 89 votos.
Os cardeais eleitores que vão escolher o novo papa já estão a entrar na Capela Sistina, onde irão proceder à primeira votação do Conclave.
São 133 cardeais eleitores que vão reunir-se para votarem o novo chefe da Igreja Católica. O conclave termina quando sair fumo branco da chaminé da Capela Sistina. Em declarações à TSF, o antigo embaixador de Portugal na Santa Sé e atual secretário-geral interino do Centro Internacional para o Diálogo, António de Almeida Ribeiro, espera que a eleição seja relativamente rápida, assim como as anteriores.
"Penso que será expectável que em dois ou três dias haja já uma decisão e fumo branco na Capela Sistina e que o novo Papa seja escolhido", afirma.
Os 133 cardeais eleitores vão, a partir das 16h30 desta quarta-feira, recolher à Casa Apostólica de Sana Marta, no interior do Vaticano, para o conclave que vai eleger o sucessor do Papa Francisco. Durante o conclave, os cardeais vão ficar isolados do mundo exterior, sem acesso a qualquer tipo de informação. No entanto, apesar de fechados, os cardeais eleitores vão ter de se alimentar. Para quem possa pensar que a clausura pode significar uma festa, na verdade, não é bem assim. Clausura significa também alguma privação: os cardeais vão ter refeições leves, à base de carnes brancas, peixe e legumes.
Em declarações à TSF, o chef Hélio Loureiro explica que, em causa, estão várias coisas, entre elas "a própria tradição da igreja, com tantos séculos de experiência que, certamente, vai apurando a sua alimentação". "Depois também tem a ver com a idade de alguns cardeais, ou seja, a partir de certa idade, têm que ter algum cuidado com a sua alimentação. Mas, depois, também tem a parte espiritual. Há uma coisa que nós, às vezes, não nos lembramos: o paraíso é simbolizado como uma coisa doce. Lembro-me do salmo 33 que diz: 'Saboreai e vede como o Senhor é doce.' Tem a ver com essa doçura, a terra do leite e do mel. Ou seja, todas as escrituras e os evangelhos falam-nos sempre da doçura que iremos experimentar no céu", afirma.
O cardeal Giovanni Battista Re pediu esta quarta-feira aos cardeais eleitores do Conclave Cardinalício que escolham o Papa de que “a Igreja e a humanidade precisam” num “momento tão difícil e complexo”.
“Estamos aqui para invocar a ajuda do Espírito Santo, para implorar a sua luz e a sua força, a fim de que seja eleito o Papa que a Igreja e a humanidade precisam neste momento tão difícil e complexo da história”, afirmou o decano dos cardeais na basílica de São Pedro, na homilia da missa ‘pro eligendo Romano Pontifice’, a última eucaristia pública antes de os eleitores recolherem à Capela Sistina e à casa de Santa Marta, onde passarão a residir.
Ao final do dia, os cardeais eleitores, entre os quais não se inclui Re (91 anos), reunidos na Capela Sistina, farão a primeira votação e caso nenhum candidato obtenha dois terços, irá sair fumo negro da chaminé.
Já começou na Basílica de São Pedro a missa 'Pro Eligendo Romano', presidida pelo cardeal Giovanni Battista Re.
No dia em que arranca o conclave, a TSF falou com dois antigos colegas de seminário de Tolentino de Mendonça, o português mais próximo de ser Papa nesta eleição. O jornalista Ricardo Oliveira fala em alguém “muito humilde” com “dom de tocar consciências” e, por isso, “tem tantas hipóteses quanto todos os outros” para suceder a Francisco. Já o padre António Paulo Sousa lembra o jovem que “administrava a papelaria nos intervalos”, mas os seus 59 anos fá-lo duvidar que será o cardeal madeirense a fazer sair fumo branco da chaminé da Capela Sistina.
O cardeal Giovanni Battista Re assinala esta quarta-feira o início do Conclave eleitoral para escolher o sucessor do Papa Francisco, que morreu a 21 de abril, com a última missa pública dos cardeais antes de se reunirem à porta fechada.
A missa ‘Pro Eligendo Romano’ tem lugar na Basílica de São Pedro às 10h00 locais (09h00 em Lisboa) e será presidida pelo decano do Colégio de Cardeais, que já havia celebrado a missa exequial do Papa Francisco, no dia 26 de abril.
Durante a tarde, os 133 cardeais eleitores vão recolher à Casa Apostólica de Santa Marta, no interior do Vaticano, e às 16h30, em procissão, reúnem-se na Capela Sistina, para o início fechado do conclave, fazendo a primeira votação.
