"Declaração de guerra", "fogo sem fim à vista" e alertas a quem viaja para o Médio Oriente. O que se diz pelo mundo sobre a provável decisão de Donald Trump.
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Vários países do Médio Oriente, incluindo tradicionais aliados dos EUA, mas também vários governos europeus e até o papa Francisco já comentaram e alertaram para os perigos de mudar a embaixada norte-americana para Israel.
Num encontro com palestinianos de visita ao Vaticano, o papa sublinhou nesta manhã de quarta-feira que "reconhecer os direitos de todos os povos da Terra Santa é uma condição primária para o diálogo e respeito mútuo".
Francisco argumenta que a Terra Santa é o lugar por excelência do diálogo entre Deus e a humanidade.
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Turquia alerta para "fogo sem fim à vista"
No Médio Oriente destaque para as palavras de censura dos governos da Síria, do Irão e da Turquia.
O porta-voz do governo turco afirma que declarar Jerusalém como capital de Israel vai dar início a um "fogo sem fim à vista" não apenas no Médio Oriente como no mundo. Para Ancara a declaração desrespeita a história da região e é uma verdadeira "loucura", pedindo que se atue com "lógica" evitando misturar política interna com externa, numa clara referência ao que se passa nos EUA.
Alemanha e França temem regresso dos conflitos ao Médio Oriente
Na Europa as vozes preocupadas também são várias, com o ministro dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido a já ter defendido uma solução negociada.
Na Alemanha e França os governos alertaram entretanto quem tem passaportes dos dois países europeus e viaja para a região para possíveis conflitos no Médio Oriente motivados pela provável decisão norte-americana de transferir a embaixada para Jerusalém.
Em nome da Palestina, o representante em Londres afirmou esta manhã que mudar a representação dos Estados Unidos para a Cidade Santa é uma verdadeira declaração de guerra a 1500 milhões de muçulmanos e muitos cristãos que recusam a hegemonia de Israel sobre Jerusalém.
Finalmente, numa sequência de reações que se deve prolongar, o porta-voz do governo da Rússia já defendeu que temem que a decisão norte-americana piore as relações entre Israel e a Palestina, mas sublinhou que não querem discutir decisões que ainda não foram de facto tomadas.