No final da viagem que tentou a reconciliação entre a Igreja Católica e a Irlanda, Francisco deixou uma mensagem aos pais de crianças homossexuais: não as condenem.
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O papa Francisco diz que os pais de crianças homossexuais não devem condenar ou ignorar a sua orientação. Em vez disso, devem rezar, conversar e tentar compreender.
Questionado por um jornalista sobre o que dizer a um pai cujo filho acabe de se assumir como homossexual, Francisco começou por sugerir a oração. Citado pelo The Washington Post, foi ainda mais longe: "Não condenem. Dialoguem. Compreendam, dêem espaço à criança para que se possa exprimir." E admitiu que pode ser necessário procurar ajuda psiquiátrica se o comportamento for "preocupante".
Francisco fez ainda um apelo para que os pais não respondam com silêncio: "Ignorar estas crianças mostra falta de paternidade ou maternidade."
Segundo o jornal irlandês Independent, o representante máximo da Igreja Católica fez um balanço positivo da sua visita. "Os irlandeses sofreram com os escândalos, mas continua a haver fé. As pessoas conseguem distinguir as verdades das meias-verdades. Vive-se um processo de cura", declarou.
No avião que o transportou de regresso a Roma, o papa recusou comentar uma nova polémica, que o envolve no encobrimento de um prelado suspeito de abusos. "Não direi uma palavra sobre o assunto", referiu segundo a agência France Press.
A Irlanda, onde 14.500 pessoas se declararam vítimas de abusos sexuais cometidos por membros da Igreja Católica, era previsivelmente uma das viagens mais difíceis do papado de Francisco. Em nome da Igreja que dirige, pediu perdão, reconheceu vergonha e culpa.