O Exército do Paquistão afirma ter abatido dois aviões indianos dentro do seu espaço aéreo, depois de ter sido noticiada uma "violação" do espaço aéreo indiano por aviões paquistaneses e de a Índia ter bombardeado território paquistanês.
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"A força aérea abateu dois aviões indianos no espaço aéreo paquistanês. Um dos aviões caiu na Caxemira indiana e o outro na Caxemira paquistanesa", indicou o general Asif Ghafoor, na rede social Twitter.
"Um piloto indiano foi detido em terra pelos militares", acrescentou.
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Pouco antes, foi noticiada uma "violação breve" de aviões paquistaneses no espaço aéreo indiano na região disputada de Caxemira, de acordo com a agência de notícias France-Presse (AFP), que cita fontes governamentais locais.
Esta incursão na linha de cessar-fogo altamente militarizada surge após um "ataque preventivo" da Índia ao Paquistão, na terça-feira.
O secretário do Exterior, Vijay Gokhale, afirmou que a Índia atingiu "o maior campo de treinos" do JeM na região de Balakot.
As autoridades indianas confirmaram ter lançado um ataque aéreo "preventivo" na Caxemira paquistanesa e matado "um grande número" de militantes do grupo islâmico Jaish-e-Mohammed (JeM), que reivindicou o ataque suicida de 14 de fevereiro na Caxemira indiana, onde morreram 42 paramilitares indianos.
O atentado suicida foi o mais mortífero ataque na região desde 2002. Foi reivindicado pelo grupo islâmico JeM e perpetrado com uma carrinha carregada de explosivos, detonada perto de uma coluna de 78 veículos transportando cerca de 2.500 membros da Central Reserve Police Force (CRPF), uma força paramilitar.
A região de Caxemira é reivindicada tanto pela Índia como pelo Paquistão desde o fim da colonização britânica, em 1947.
O total das forças indianas na parte controlada por Nova Deli é estimado em cerca de 500 mil efetivos.
Uma rebelião separatista mortífera destabiliza a Caxemira indiana desde 1989.
A Índia acusa o Paquistão de apoiar de forma dissimulada as infiltrações na sua parte do território e a própria revolta armada, o que Islamabad sempre negou.
Esta terça-feira, depois do bombardeamento da Índia ao Paquistão, pelo menos seis pessoas foram mortas durante confrontos entre militares de um lado e outro, perto da linha de demarcação das partes da Caxemira sob controlo da Índia e do Paquistão, no setor controlado por este, em Nakyal, de acordo com as autoridades paquistanesas
As autoridades paquistanesas decretaram, entretanto, o encerramento do espaço aéreo comercial paquistanês assim como de todos os aeroportos do país.
"Desde as 7h30 da manhã (2h30 em Lisboa) e até às 23h59 (18h59 em Lisboa) todos os aeroportos do Paquistão vão permanecer fechados", disse à agência EFE o porta-voz da Aviação Civil paquistanesa (CAA), Mujtaba Baig.
O mesmo responsável indicou que os voos nacionais foram cancelados e que os aparelhos que fazem ligações internacionais estão a ser desviados, mas especificou que os aviões comerciais que estão próximos do país e com combustível limitado vão ser autorizados a aterrar em solo paquistanês.
Também a Índia anunciou o enceramento de quatro aeroportos no país. As companhias aéreas Jet Airways, Vistara, Indigo e GoAir anunciaram a suspensão de todos os seus voos para os aeroportos indianaos de Amritsar, Chandigarh, Srinagar, Jammu e Leh.
Notícia atualizada às 11h05