A ministra dos Negócios Estrangeiros francesa pede "tréguas imediatas e duradouras", à semelhança dos seus homólogos britânico e alemã.
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A ministra dos Negócios Estrangeiros francesa apelou este domingo, assim que chegou a Israel, a "novas tréguas imediatas e duradouras" na Faixa de Gaza, enquanto o homólogo israelita qualificou de "erro" qualquer apelo a um cessar-fogo.
Paris está "profundamente preocupada" com a situação em Gaza e apela a uma "nova trégua imediata e duradoura", declarou Catherine Colonna depois de um encontro com Eli Cohen.
"Demasiados civis estão a ser mortos", acrescentou em declarações aos jornalistas.
Por outro lado, Eli Cohen insistiu na posição do Governo israelita, segundo a qual o apelo a um cessar-fogo é um "erro" e uma "prenda para o Hamas", o movimento islamita que governa Gaza e que lançou um ataque sem precedentes contra Israel em 7 de outubro.
Ao mesmo tempo, Catherine Colonna apelou para que não se esqueçam as vítimas israelitas dos ataques do Hamas.
"Escusado será dizer que a França acredita nas palavras destas mulheres vítimas, que a França acredita naqueles que testemunharam estas violações e mutilações, estas profanações", declarou, referindo-se às atrocidades cometidas pelos comandos do movimento palestiniano em Israel.
Colonna iniciou este domingo uma digressão pelo Médio Oriente e visitará o Líbano na segunda-feira.
Londres e Berlim pedem "cessar-fogo sustentável" em Gaza
O ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, David Cameron, pediu um "cessar-fogo sustentável" em Gaza e que se trabalhe por uma paz duradoura entre Israel e a Palestina num artigo com a homóloga alemã, publicado este domingo no The Sunday Times.
O apelo a um cessar-fogo, mas "apenas se for sustentável", significa uma mudança de tom por parte do Governo britânico, que até agora defendia "pausas humanitárias" ocasionais para permitir a entrada de ajuda em Gaza.
No texto, David Cameron e a chefe da diplomacia alemã, Annalena Baerbock, esclarecem que, apesar de representarem "tradições políticas muito diferentes" - ele é conservador e ela é verde - partilham o desejo de melhorar as coisas e "a ânsia de paz, no Médio Oriente como noutras partes do mundo".
Ao contrário de outros, não acreditam que "apelar agora a um cessar-fogo geral e imediato, na esperança de que este se torne permanente, seja o caminho a seguir".
Isso ignoraria o facto de "Israel ter sido forçada a defender-se após o ataque" do Hamas e de o grupo islamista "continuar a disparar mísseis para matar cidadãos israelitas todos os dias". "O Hamas tem de depor as armas", afirmam.
"Um cessar-fogo insustentável, que rapidamente conduziria a mais violência, só tornaria mais difícil a construção da confiança necessária para a paz", defendem.
Os dois políticos afirmam que "só os extremistas como o Hamas" querem continuar "presos num ciclo interminável de violência, sacrificando os seus próprios interesses".
Insistem que o objetivo "não pode ser simplesmente o fim dos combates atuais", mas "deve ser uma paz que dure dias, anos e gerações".
"Por isso, apoiamos um cessar-fogo, mas apenas se for sustentável", acrescentam.
Os ministros apelam ao Hamas para que liberte imediatamente os reféns e avisam que deixá-los em Gaza "seria um obstáculo permanente no caminho para uma solução de dois Estados (israelita e palestiniano)".
Cameron e Baerbock destacam três áreas de ação: em primeiro lugar, reconhecem o direito de Israel a defender-se, mas apelam para que, "ao fazê-lo, respeite o direito humanitário internacional", porque "já foram mortos demasiados civis".
Em segundo lugar, "deve ser prestada mais ajuda aos palestinianos" e, por último, a comunidade internacional, e em particular os países árabes, devem trabalhar para uma solução que "proporcione segurança a longo prazo aos dois povos".
Neste sentido, apelam ao fim da violência dos "colonos extremistas na Cisjordânia", que "tentam sabotar esses esforços", enquanto, na sua opinião, os palestinianos precisam de uma equipa de líderes que lhes ofereça "o governo que merecem".