A votação deveria ter ocorrido na passada quarta-feira, mas o debate foi interrompido em Edimburgo e adiado devido ao atentado de Londres que decorreu no mesmo dia junto ao parlamento, em Westminster.
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O parlamento da Escócia deve aprovar esta terça-feira uma moção que solicita ao governo de Londres a realização de um novo referendo sobre a independência, uma iniciativa que o executivo britânico rejeita e quando se prepara para desencadear o 'Brexit'.
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A Escócia é rica sobretudo em recursos naturais e a independência pode levar a uma perda de quase 10% do PIB do Reino Unido, um valor semelhante ao que o Texas representa para a economia norte-americana.
Segunda-feira, e a dois dias de desencadear o processo do 'Brexit', a saída do Reino Unido da União Europeia (UE), a primeira-ministra britânica, Theresa May, deslocou-se à capital da Escócia para um encontro com a chefe do governo escocês, Nicola Sturgeon, para repetir que "não é o bom momento" para reclamar a independência.
Ao referir-se a um "encontro cordial" com Theresa May, a dirigente escocesa indicou que as conversações não permitiram qualquer avanço significativo. Acrescentou ainda não ter recebido qualquer proposta de transferência de novos poderes para Edimburgo, com o objetivo de a "convencer" a renunciar ao projeto de referendo.
Nicola Sturgeon anunciou em 13 de março a intenção de organizar um novo referendo sobre independência no final de 2018 ou início de 2019, argumentando que a saída do Reino Unido da União Europeia ('Brexit') e sobretudo do mercado único se arriscam a provocar a eliminação "de dezenas de milhares de empregos" na Escócia.
Em setembro de 2014, no decurso de uma primeira consulta, 55% dos escoceses pronunciaram-se contra a independência.
Mas a líder do SNP sublinha que a situação se alterou desde essa data, e que 62% dos escoceses se pronunciaram pela permanência na UE no referendo de 23 de junho de 2017, enquanto 52% dos britânicos votaram contra.