Os partidos independentistas catalães juntaram-se à oposição de Sánchez. Está aberta a porta a eleições antecipadas em Espanha. O primeiro-ministro espanhol já convocou uma reunião do Governo para sexta-feira.
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O Parlamento espanhol chumbou a proposta de Orçamento do Estado do governo de Pedro Sánchez para 2019, avança a Reuters.
Os partidos independentistas catalães, que foram decisivos para a subida ao poder do atual primeiro-ministro espanhol, em junho passado, votaram agora ao lado da oposição de direita.
A proposta de Orçamento Geral do Estado espanhol para 2019 foi rejeitada no Congresso dos Deputados (câmara baixa do parlamento) com 191 votos a favor e 158 votos contra do PP (direita), Cidadãos (direita liberal), Foro Asturias (regionalista) e Coligação Canárias (regionalista), a quem se juntou a ERC (Esquerda Republicana de Catalunha) e o PDeCAT (Partido Democrático Europeu da Catalunha).
Esta é a primeira grande derrota parlamentar dos socialistas espanhóis e pode espoletar eleições antecipadas no país.
Pedro Sánchez tem agora de decidir se continua a governar, prolongando em 2019 o orçamento do executivo anterior, do PP de Mariano Rajoy, ou se convoca eleições antecipadas.
O primeiro-ministro espanhol já convocou uma reunião do Governo para sexta-feira. Nesse dia, Pedro Sanchez anunciará a decisão de convocar ou não eleições antecipadas, segundo fontes do Palácio da Moncloa.
José Luis Ábalos, ministro do Desenvolvimento, diz, citado pelo El País, que "em breve" haverá notícias nesse sentido.
O chefe do Governo e vários dirigentes socialistas têm afirmado que, sem orçamento, a legislatura, que deveria terminar em meados de 2020, seria "encurtada".
A incerteza devido à aprovação dos orçamentos gerais do Estado de 2019, já tinha levado Pedro Sánchez a considerar convocar eleições para o dia 14 de abril, apenas um mês e meio antes das eleições europeias, municipais e regionais de 26 de maio.
Este domingo, milhares de espanhóis saíram à rua para exigir novas eleições.
Esta é a segunda vez na democracia espanhola que o parlamento chumba o Orçamento, depois de em 1995 ter também recusado as contas de 1996 propostas pelo Governo, também socialista, de Felipe González, o que na altura levou à marcação de eleições antecipadas.