A Lei do Restauro da Natureza foi aprovada com 329 votos a favor, 275 contra e 24 abstenções.
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O Parlamento Europeu aprovou, esta terça-feira, a Lei do Restauro da Natureza e a eurodeputada Sara Cerdas acredita que se fez história, sublinhando a importância da nova legislação que dividiu Estrasburgo.
"É muito, muito importante porque é um sinal de que continuamos naquela que é a ambição de sermos líderes mundiais no combate às alterações climáticas e sabemos que foi uma lei muito controversa, mas finalmente temos a sua aprovação, em primeira leitura do Parlamento Europeu. O Conselho deverá fazer o mesmo e teremos esta nova lei em vigor, que é muito importante para todos nós. Até 2030 iremos ter um restauro de 20% dos ecossistemas em mau estado na área terrestre e marítima e até 2050 a ambição é restaurar todos os ecossistemas degradados", explicou à TSF Sara Cerdas.
Atualmente 81% dos ecossistemas na União Europeia estão em mau estado e isso, segundo a eurodeputada, tem implicação direta na vida de todas as pessoas.
"Os números são demasiado alarmantes por si só, mas é importante desconstruir o que é que isto efetivamente implica no nosso dia a dia. Toda esta degradação da biodiversidade tem impactos no preço final dos alimentos que nos chegam às prateleiras, tem impacto na atividade dos agricultores e na sua subsistência, tem impacto na nossa saúde, tem impacto no ambiente, tem impacto em várias medidas também sociais e económicas. É muito importante nós percebermos que o combate às alterações climáticas não é apenas um combate só porque queremos A, B ou C. É um combate que advém de uma necessidade de estarmos a passos muito acelerados rumo ao ponto de não retorno no que concerne ao aumento da temperatura global", alertou a eurodeputada.
A Lei do Restauro da Natureza foi aprovada com 329 votos a favor, 275 contra e 24 abstenções e a falta de consenso, para Sara Cerdas, deve-se à falta de conhecimento e à desinformação.
“Ouvi colegas da direita a dizer que as alterações climáticas não têm nada a ver com a agricultura. Nós não podemos estar com esta narrativa porque é uma narrativa, para já, incorreta, muito incorreta, mas também cria desinformação sobre aqueles que têm na agricultura sua principal subsistência e isto não é uma lei contra os agricultores como a direita quis fazer passar. É uma lei que é feita com os agricultores. O acordo finalizado é um acordo justo, é um acordo equilibrado, mas é também o ponto de partida, não é o ponto de chegada”, defendeu.
Falta agora a aprovação da versão final da Lei do Restauro da Natureza pelo Conselho Europeu. Só depois o regulamento entra em vigor.