De italiano para italiano. David Sassoli é o novo presidente do Parlamento Europeu
O socialista italiano David Sassoli venceu a segunda volta das eleições para a presidência do Parlamento Europeu.
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O italiano David-Maria Sassoli foi, esta quarta-feira, eleito presidente do Parlamento Europeu. O candidato da Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas havia sido indicado pelo Conselho Europeu, depois de uma maratona de três dias em Bruxelas.
À segunda volta, com 345 votos, o socialista italiano conseguiu a maioria absoluta que era necessária para assumir o cargo e sucede a Antonio Tajani.
Ska Keller, dos Verdes, conseguiu 119 votos, Sira Rego, do grupo da Esquerda Unitária, obteve 43 votos, e Jan Zahradil, dos Conservadores e Reformistas, teve a preferência de 160 eurodeputados. Os resultados acabaram por ser suficientes na segunda ronda, sendo que na primeira o italiano tinha falhado a votação por sete votos.
As prioridades de Sassoli
David Sassoli discursou após ser eleito o novo presidente do Parlamento Europeu e admitiu estar "emocionado" ao assumir o cargo numa "instituição que mais do qualquer outra tem uma ligação com os cidadãos".
O socialista recorda os resultados eleitorais e aponta para uma legislatura que acontece numa época de mudanças históricas, com alterações climáticas, desemprego entre jovens e a necessidade de novos equilíbrios globais.
Durante o discurso, Sassoli alertou para que os governantes procurem novas ideias e tenham "coragem para recuperar sensatez e audácia".
O italiano reiterou por diversas vezes a ideia de que é preciso preservar a liberdade, uma conquista que não pode ser perdida.
O socialista quer "visão", pretende que sejam feitas alterações num "mundo que não tem regras e que tem de as encontrar". Para que tal aconteça, a Europa tem de ajudar.
Os jovens, a igualdade, a pobreza e as tecnologias limpas estiveram entre as bandeiras levantadas por Sassoli no primeiro discurso, recordando que muitos dos novos eurodeputados estão empenhados em questões de grande importância e que não podem ser esquecidas ou menosprezadas pela Europa.
"A UE não é um incidente da história", frisou, relembrando que é filho de um homem que combateu contra outros europeus e de uma mãe abandonou casa e se refugiou dentro de outras famílias. O apelo à memória serviu para mostrar que é preciso coragem para enfrentar os desafios da mudança.
Além dos nomes para o Parlamento Europeu, o Conselho propôs, esta terça-feira, os nomes de Ursula Von Der Leyen para presidente da comissão, do PPE, Charles Michel para presidente do Conselho, dos Liberais, Christine Lagarde para a presidência do BCE e Josep Borrell para Alto Representante para a Política Externa.
A jornalista viajou a convite do Parlamento Europeu.