Em Estrasburgo, o Parlamento Europeu despede-se hoje de Martin Schulz. O alemão deixa a presidência ao fim de dois mandatos. Até ao momento, são sete os candidatos oficiais, mas pode haver surpresas.
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O escrutínio começa esta manhã, em Estrasburgo, com dois dos candidatos a partirem na frente para a corrida à presidência do Parlamento Europeu: Antonio Tajani e Gianni Pitella.
Sem acordo entre as duas principais famílias políticas europeias, que tinham por tradição entenderem-se num esquema de rotatividade na presidência, os italianos Antonio Tajani, do Partido Popular Europeu (PPE), e Gianni Pittella, da Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas (S&D), são os mais bem colocados.
Atualmente, o PPE conta com 217 eurodeputados e o S&D com 189, sendo a segunda força mais votada. Em caso de derrota dos socialistas, o Partido Popular Europeu passa a dominar os três principais cargos das instituições europeias, sendo que já lideram o Conselho Europeu e a Comissão Europeia - algo que não agradaria ao grupo liderado por Gianni Pittella.
Para vencer a primeira volta, cada candidato precisa de alcançar uma maioria absoluta - ou seja, metade dos votos mais um -, e é aqui, com o tabuleiro politico europeu cada vez mais dividido, que os liberais, liderados por Guy Verhofstadt, ex-primeiro ministro belga, podem ter uma palavra a dizer.
Outros dos candidatos oficiais são a italiana Eleonora Forenza, do Grupo da Esquerda Unitária/Esquerda Nórdica Verde - do qual fazem parte os deputados do Bloco de Esquerda e do PCP -; a britânica Jean Lambert, dos Verdes/Aliança Livre Europeia; a belga Helga Stevens, dos Conservadores e Reformistas Europeus; e ainda o romeno Laurentiu Rebega, do grupo da Europa das Nações e da Liberdade, conotado com a extrema-direita europeia.
Sete candidatos para a sucessão. Será?
Até ao momento, e segundo o anúncio oficial feito, esta segunda-feira, pelo presidente cessante, Martin Schulz, são sete os candidatos que avançam para a eleição, mas, de acordo com o novo Regimento do Parlamento Europeu, aprovado em dezembro, até podem ser apresentadas novas candidaturas antes de cada uma das primeiras três voltas da eleição - caso sejam entregues por qualquer grupo político ou por um mínimo de 38 eurodeputados.
Antes do início da votação, que é secreta, cada um dos candidatos tem direito a uma apresentação breve, de cerca de três minutos, no início de um dia que pode ficar marcado por uma verdadeira maratona.
Na prática, podem ser necessárias quatro voltas - e muitas horas se sessão plenária - para encontrar um vencedor que, numa eventual quarta votação, à qual chegam apenas os dois candidatos mais votados, até pode ser encontrado através de um critério de desempate no mínimo curioso: caso exista um empate na quarta e última ronda, é eleito o candidato mais velho.
A eleição arranca às 8 horas - hora de Lisboa -, em Estrasburgo. O novo presidente, que irá suceder a Martin Schulz, é escolhido pelos 751 eurodeputados das sete famílias políticas europeias que marcam presença no Parlamento Europeu.
O presidente cessante vai presidir à sessão até ser proclamada a eleição do novo presidente.