O parlamento grego aprovou, esta noite, um pacote de austeridade que prevê grandes cortes de despesa para os próximos quatro anos.
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Cumprindo as exigências da União Europeia (UE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) para que seja desencadeado o pagamento de uma nova tranche do apoio financeiro, mais de 150 deputados dos partidos conservador e socialista que apoiam o Governo grego de coligação aprovaram medidas que preveem cortes de mais de 18.000 milhões de euros até 2016.
No entanto, o Governo viu a sua maioria teórica de 176 lugares reduzida a 153 devido à dissidência de seis deputados socialistas e de um conservador. Quinze deputados do pequeno partido de esquerda moderada que integra a coligação abstiveram-se, como já tinham anunciado, e o 16.º votou contra.
Toda a oposição - 128 deputados em 299 presentes - votaram contra o pacote plurianual que impõe mais medidas de austeridade até 2016.
A aprovação do programa era condição 'sine qua non' imposta pela UE e pelo FMI para retomar o pagamento das ajudas financeiras já acordadas com a Grécia, cujos cofres devem ficar vazios no final do mês. Atenas está desde 2010 a recorrer a empréstimos externos para evitar a falência.
Em frente ao parlamento, mais de 70.000 manifestantes concentraram-se para contestar mais austeridade e a polícia grega recorreu mesmo ao gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes, alguns dos quais tinham atiraram projéteis contra os agentes, constatou a agência France Presse.
A mobilização nas ruas, que respondeu a um apelo dos sindicatos e da oposição, decorreu no final de uma greve geral de 48 horas, que afetou sobretudo a indústria, os bancos, a administração pública, as escolas, os centros de saúde e os transportes terrestres e marítimos.