O Parlamento grego aprovou na segunda-feira à noite o levantamento da imunidade a George Papaconstantinou, permitindo que seja julgado por falsificação de documentos e danos ao Estado, e incumprimento de dever no caso da "lista Lagarde".
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Com esta decisão, o parlamento grego ratificou as conclusões apresentadas na semana passada por uma comissão parlamentar encarregada de clarificar as responsabilidades de George Papaconstantinou na gestão daquela que é conhecida como "lista Lagarde", durante o seu mandato de ministro das Finanças, entre 2009 e 2011, no Governo de Georges Papandreu.
O ex-titular das Finanças gregas é acusado de ter falsificado um documento que continha o nome de cerca de duas mil pessoas na Grécia, detentoras de contas na filial suíça do banco HSBC, presumíveis culpadas de evasão fiscal. O antigo ministro é acusado de ter retirado os nomes dos membros da sua família.
A lista é conhecida na Grécia pelo nome de "lista Lagarde", uma vez que ela foi fornecida ao Governo grego por Christine Lagarde, quando a atual diretora-geral do Fundo Monetário Internacional era ministra da Economia e Finanças em França.
O antigo ministro, de 52 anos, e atualmente retirado da vida política, continuou a declarar-se inocente antes da votação no parlamento grego. «Nego todas as acusações absoluta e categoricamente», disse.
«Não tenho culpa se os dados não foram tratados depois da minha saída do Ministério. Fui eu que ordenei a abertura de uma investigação sobre a evasão fiscal», afirmou.
Depois de ser levantada a imunidade a Papaconstantinou, será nomeado um conselho composto por cinco juízes de experiência comprovada, que vão examinar as acusações contra o ex-ministro pelo parlamento e decidir sobre a sua validade legal.
Caso seja considerado culpado, George Papaconstantinou incorre em pena até dez anos de prisão.
A lista de nomes foi publicada na íntegra pela revista Hot Doc, suscitando ações judiciais contra o editor da mesma.