O Parlamento da Turquia celebrou hoje a sua primeira sessão após o golpe de Estado falhado de sexta-feira, que deixou pelo menos 161 mortos, 1.440 feridos e mais de 2.800 militares golpistas detidos.
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A sessão decorreu no edifício do Parlamento de Ancara, que durante a violenta tentativa de golpe foi bombardeado pela aviação turca e parcialmente danificado, embora sem causar vítimas.
Segundo as imagens da televisão, os deputados dos quatro partidos (o islamista AKP, o social-democrata CHP, o nacionalista MHP e o pró-curdo HDP) cumpriram um minuto de silêncio em memória das vítimas.
O primeiro-ministro e líder del AKP, Binali Yilidirim, felicitou os deputados que permaneceram no parlamento durante o golpe militar, sob o lema "democracia ou morte".
Desta forma, disse o primeiro-ministro, converteram-se num exemplo para os parlamentos e as democracias do mundo.
Aqueles que atacaram a assembleia não são militares, mas sim "terroristas em uniforme de soldados", prosseguiu Yildirim.
O líder da oposição, Kemal Kiliçdaroglu, presidente do partido social-democrata CHP, destacou que após o golpe os quatro partidos se uniram sob o valor comum da democracia.
Acrescentou que os partidos parlamentares turcos devem "defender a democracia e o laicismo sob qualquer condição".
Kiliçdaroglu, um crítico das ambições do presidente turco, Tayyip Recep Erdogan, de criar um sistema presidencialista de governo, assegurou hoje que o golpe foi evitado graças ao "sistema democrático parlamentar".
"A supressão do golpe mostrou o nível de maturidade que tem a nossa democracia parlamentar", concluiu o líder do CHP.
O presidente Erdogan não esteve na sessão parlamentar, na qual participou o chefe do Estado Maior do Exército, Hulusi Akar, que esteve retido pelos golpistas durante várias horas esta madrugada.