A vitória do "sim" à saída da União Europeia está a abalar o Partido Trabalhista. O líder Jeremy Corbyn está a ser pressionado para se demitir.
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Sucedem-se as demissões no Partido Trabalhista. De acordo com a BBC e com o The Guardian metade dos dirigentes demitiu-se ou está prestes a apresentar a demissão, o que deixa o principal partido da oposição em profunda crise.
O líder Jeremy Corbyn já disse que não se demitia na sequência do Brexit, mas a pressão pode mudar o cenário. Tudo começou quando Jeremy Corbyn afastou o responsável pelos Negócios Estrangeiros do seu gabinete sombra, depois de Hilary Ben ter admitido que perdeu a confiança na capacidade do atual líder para liderar os trabalhistas.
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Este domingo, demitiu-se a porta-voz para a politica de Saúde, Heidi Alexander, que defendeu a necessidade de uma mudança no comando do Partido Trabalhista. "Aqueles que vão ser mais atingidos pelo choque económico associado ao voto pela saída da União Europeia precisam de uma oposição forte, tal como as comunidades que receiam o aumento dos níveis de intolerância, ódio e divisão", escreveu numa nota.
Seguiu-se Gloria de Piero, a responsável no partido pelas políticas para os jovens, que disse não acreditar que Jeremy Corbyn consiga vencer as eleições, que podem decorrer nossos próximos meses, depois da demissão de David Cameron.
Entretanto, avança a agência Reuters, também Lilian Greenwood, responsável no partido pelos Transportes, L ucy Powell, com a pasta da Educação, e Kerry McCarthy, com a pasta do Ambiente, já apresentaram a demissão.
Também o responsável do partido para a Escócia, Ian Murray, escreveu uma longa carta onde explica as razões que o levaram a demitir-se.
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O jornal The Guardian diz que as demissões devem continuam a suceder-se este domingo, citando alguns membros contactados pelo jornal britânico que admitem estar a escrever cartas de demissão.
Na sexta-feira, duas deputadas trabalhistas escreveram ao líder parlamentar pedindo que seja "avaliada com urgência" a liderança de Jeremy Corbyn, criticado pelo que alguns consideram um fraco envolvimento na campanha pela permanência do Reino Unido da União Europeia.
As deputadas Margaret Hodge e Ann Coffey anunciaram ter escrito ao líder do grupo parlamentar do Partido Trabalhista, John Cryer, pedindo o debate de uma moção de desconfiança ao líder na reunião prevista para segunda-feira.