João Loureiro ouvido. Passageiros de avião com 500 quilos de cocaína livres para sair do Brasil
Advogado e ex-presidente do Boavista FC, era um dos passageiros listados para viajar no voo.
Corpo do artigo
Os passageiros do voo intercetado na semana passada pela polícia brasileira com 500 quilos de cocaína que tinha Portugal como destino estão autorizados a sair do país, disse esta sexta-feira à Lusa a Polícia Federal brasileira. Entre os passageiros do voo está o advogado português João Loureiro, que está a ser ouvido pelas autoridades durante a tarde desta sexta-feira.
Segundo informações da assessoria de comunicação da Polícia Federal em Salvador, cidade onde o caso ocorreu, nenhum passageiro ou tripulante da aeronave foi detido ou está impedido de sair do país.
"Foram ouvidos até agora somente a tripulação, os pilotos e aeromoça, e o pessoal do hangar do aeroporto", disse a assessoria de comunicação ao início da tarde. "Alguns [passageiros] já voltaram para a Europa [e] outros serão ouvidos hoje", caso de João Loureiro. Nenhuma pessoa foi presa", acrescentou.
13368515
Questionada sobre o caso e quais os suspeitos, as autoridades brasileiras limitaram-se a referir que "os factos ainda estão sendo analisados".
"A investigação está em andamento, isso não está sendo informado em detalhes para não comprometer as investigações", completou a polícia.
O advogado e ex-presidente do Boavista João Loureiro disse à televisão portuguesa SIC que estava na lista de passageiros do jato privado que a Polícia Federal do Brasil intercetou com 500 quilos de cocaína em Salvador com destino ao aeródromo de Tires, em Cascais, Portugal, no dia 9 de fevereiro.
Já o Embaixador de Portugal no Brasil, Luís Faro Ramos, disse à Lusa que "o assunto está em investigação pelas autoridades policiais brasileiras" e que a Embaixada de Portugal em Brasília não foi contactada pela polícia local.
Questionado se algum passageiro do voo procurou as autoridades portuguesas para pedir apoio, o diplomata explicou, sem dar maiores detalhes, que o piloto da aeronave contactou o Consulado de Portugal em Salvador.
"A única pessoa relacionada com este voo que contactou o Consulado, logo na altura [do facto], foi o comandante do avião. O comandante do avião pediu uma informação que lhe foi prestada. É o que eu posso dizer sobre o assunto. Todo o resto está a ser objeto de averiguações das autoridades policiais aqui do Brasil", concluiu.
Na semana passada, a Polícia Federal do Brasil apreendeu meia tonelada de cocaína escondida num avião particular que pretendia voar de Salvador para Portugal após o piloto da aeronave comunicar problemas nos comandos de voo da aeronave.
Mecânicos foram ao avião para verificar o problema, descobriram parte da droga e relataram à Polícia Federal.
"Com o apoio de especialistas criminais federais e cães treinados para detetar drogas da Polícia Civil, foram encontrados na aeronave outros esconderijos onde estava o resto da droga", informou a Polícia Federal em nota.
A droga tinha sido dividida em embalagens com indicação de marcas desportivas famosas.
Embora não tenha produção própria de cocaína, o Brasil é um importante intermediário nas rotas de embarque para a Europa da droga produzida nos países andinos.
*Notícia atualizada às 19h48