"Passo em direção da paz justa e duradoura." Autoridade Palestiniana saúda reconhecimento do Estado por Londres
Para o Presidente do Estado palestiniano, o reconhecimento "abrirá o caminho para a implementação da solução de dois Estados", que permitiria à Palestina viver "ao lado do Estado de Israel em segurança, paz e boa vizinhança"
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O Presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas, considerou este domingo que o reconhecimento do Estado da Palestina pelo Reino Unido é um passo em direção a “uma paz justa e duradoura”.
“O Presidente do Estado palestiniano, Mahmud Abbas, saúda o anúncio do reconhecimento pelo Reino Unido do Estado palestiniano independente, afirmando que se trata de um passo importante e necessário para a concretização de uma paz justa e duradoura”, indicou a presidência, num comunicado citado pela agência palestiniana Wafa.
Para Abbas, o reconhecimento "abrirá o caminho para a implementação da solução de dois Estados", que permitiria à Palestina viver "ao lado do Estado de Israel em segurança, paz e boa vizinhança".
O líder palestiniano sublinhou que a prioridade atual é alcançar um "cessar-fogo, a entrada de ajuda humanitária, a libertação de todos os reféns e prisioneiros", bem como "a retirada total israelita da Faixa de Gaza" e "o fim da atividade de colonatos e do terrorismo de colonos".
Além de Londres, também os governos do Canadá e da Austrália formalizaram este domingo o reconhecimento do Estado da Palestina, um passo que Portugal deverá anunciar ao início da noite, através do ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel.
Em comunicados posteriores, Abbas saudou as declarações do Canadá e da Austrália sobre o reconhecimento do Estado palestiniano, usando os mesmos termos.
Também o Governo da Autoridade Palestiniana, no poder em partes da Cisjordânia, aplaudiu a “corajosa” decisão dos três países.
Num comunicado também divulgado pela Wafa, o Ministério dos Negócios Estrangeiros encorajou os países que ainda não o fizeram a seguirem o exemplo, mencionando os Estados Unidos em particular.
O executivo palestiniano disse que estes reconhecimentos refletem "um compromisso genuíno para acabar com a ocupação [israelita] e alcançar a paz".
Salientou que tais reconhecimentos reforçam a posição das autoridades palestinianas nos fóruns internacionais e ajudam a legitimar a sua aspiração à criação de um Estado soberano, uma reivindicação que continua a ser central nas negociações com Israel, mas que o Governo de Benjamin Netanyahu não tem na sua agenda.
Estes reconhecimentos surgem num contexto de crescente pressão diplomática para avançar com uma solução de dois Estados para o conflito israelo-palestiniano, marcado por décadas de impasse nas negociações de paz.
Na segunda-feira decorre uma conferência, promovida pela França e Arábia Saudita, sobre a solução dos dois Estados, no âmbito da semana de alto nível da 80.ª Assembleia-Geral das Nações Unidas.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, também reconhecerá o Estado palestiniano durante a conferência desta segunda-feira.
Outros países que deverão fazê-lo são Bélgica, Malta, Luxemburgo (todos da União Europeia), Andorra e São Marino, segundo a presidência francesa.
Quase 150 países reconhecem o Estado palestiniano em todo o mundo, sendo que Reino Unido e Canadá tornaram-se este domingo os primeiros do G7 – o grupo das sete maiores economias desenvolvidas do mundo - a fazê-lo.