O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho diz que todos desejam um acordo com a Grécia, mas que será necessário ainda "muito trabalho" nas próximas 24 ou 48 horas para se alcançar uma "verdadeira solução".
Corpo do artigo
Falando no final de uma cimeira de chefes de Estado e de Governo da zona euro, convocada de emergência para discutir a situação da Grécia, Passos Coelho sublinhou que esta reunião "não tinha, nem poderia ter, como objetivo encontrar uma solução" - pois as negociações são entre as autoridades de Atenas, as instituições credoras, Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Central Europeu (BCE), e os ministros das Finanças da zona euro (Eurogrupo) -, mas "foi importante para demonstrar o compromisso político de todos os Estados-membros", incluindo Portugal, em encontrar uma solução.
No entanto, e apesar de o Governo português ter reiterado a sua disponibilidade para o diálogo e para contribuir para uma solução, essa solução deve ser "uma verdadeira solução, e não uma falsa solução", enfatizou.
"A proposta do Governo grego foi apresentada apenas esta manhã, não permitindo uma rigorosa avaliação por parte das instituições. Por esse mesmo motivo, o Eurogrupo que teve lugar esta manhã não pôde ser conclusivo (?) e é muito natural que ainda muito trabalho se venha desenvolver nas próximas 24 ou 48 horas", até à nova reunião dos ministros das Finanças da zona euro prevista para quarta-feira, indicou.
Manifestando-se esperançado de que até quarta tenha sido "possível encontrar uma solução", Passos Coelho indicou que, "da parte do Governo português", foi reiterada "a disponibilidade para o diálogo e para que se encontre uma solução, mas evidentemente uma solução que seja uma verdadeira solução, e não uma falsa solução".
"Uma falsa solução - explicou - é aquela que não garante quer a sustentabilidade da dívida, quer a reforma estrutural necessária ao regresso ao crescimento económico, bem como à estabilidade orçamental".
O primeiro-ministro garantiu que não houve qualquer discussão sobre "planos alternativos quanto à eventualidade de não se chegar a um entendimento" ou "nenhum outro cenário que não fosse o de aguardar que uma solução pudesse ser encontrada nas próximas 48 horas", e asseverou que "a expetativa que existe é que é possível chegar a um entendimento, importante para todos", quer para a Grécia, quer para a zona euro.
"Houve coletivamente uma manifestação de interesse, que me pareceu perfeitamente genuína de todos, em que, tão rapidamente quanto possível, dado que o tempo se está a esgotar uma solução de compromisso fosse encontrada", declarou.