Passos e Hollande com «boa base de trabalho» sobre reforço de financiamento a economia
O primeiro-ministro afirmou que do encontro com o Presidente francês saiu uma «boa base de trabalho» para dar prioridade ao estímulo do financiamento à economia para aumentar o crescimento económico, sem aumentar despesa pública.
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Após o primeiro encontro com Hollande, à margem da Cimeira da NATO, em Chicago, Estados Unidos, o primeiro-ministro afirmou que «há uma visão comum» entre Portugal e França «de ter as contas públicas em ordem, que o Presidente francês compreende também».
Hollande «subscreve a ideia de que é preciso levar a bom porto os esforços de consolidação orçamental», que hão de permitir «ser mais competitivos e poder crescer no médio e longo prazo», disse Passos Coelho.
Outro ponto de «muita convergência» com Hollande, disse, foi que o crescimento económico não deve vir por via da despesa pública, mas por reformas e estímulo do financiamento à economia.
«Precisamos de ser mais competitivos e isso exige reformas estruturais em Portugal e na Europa e precisamos de ter dispositivos comuns (...) que nos permitam canalizar o financiam necessário, não para os Estados, mas para a economia dos diversos países», disse.
Passos Coelho voltou a afirmar que o programa de ajustamento está a ser cumprido com sucesso, o que é reconhecido internacionalmente e a «disciplina e rigor orçamental» fazem parte da «estratégia de crescimento» do país.
«Portugal não precisa de mais tempo» para o programa de ajustamento, mas sim de melhores condições de financiamento à economia, algo que vem sendo analisado com a troika, disse.
Apesar do reforço do financiamento do Banco Central Europeu à banca de retalho, «a maior parte das empresas continua a ter uma extrema dificuldade em aceder ao crédito», sublinhou.
«Não há esforços de contenção, disciplina orçamental, rigor e reformas estruturais bem sucedidas se as empresas não acederem a financiamento. Esse é o aspeto que deve ser visto com mais cuidado, mesmo no contexto europeu», defendeu Passos Coelho.