Patronal e sindicatos chegam a acordo: acaba a greve da indústria metalúrgica na Cantábria
Durou 19 dias e o acordo só foi possível depois da mediação do Ministério do Trabalho. Os trabalhadores conseguiram renovar o acordo coletivo de trabalho e subidas salariais.
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Foram 19 dias de greve, que paralisaram por completo a indústria metalúrgica na Cantábria e que chegaram ontem ao fim com um princípio de acordo entre os sindicatos e a patronal. Em causa estava um aumento salarial pedido pelos trabalhadores e a renovação do acordo coletivo de trabalho.
Depois de dez reuniões falhadas foram precisas mais de seis horas de negociação para chegar a acordo. Os trabalhadores conseguiram um aumento de 3,5% para 2021 com carácter retroativo, de 4,5% para 2022, e de 3% para 2023 e 2024.
Os representantes sindicais admitem que "não foram conseguidas todas as pretensões dos trabalhadores", mas que o acordo é "satisfatório" e que, agora, é o Governo que tem de dar os passos necessários para proteger esta indústria. "Quero felicitar os companheiros do metal de Cantábria que alcançaram um acordo histórico. Há mais de seis anos que reclamamos a necessidade de um grande acordo de Estado pela Indústria, hoje esse acordo é imprescindível, para que nos ajude a sair da situação de precariedade que vive a indústria no nosso país", disse Pepe Álvarez, líder sindical da UGT.
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As duas partes só chegaram a acordo depois da intervenção do Ministério do Trabalho, liderado pela ministra Yolanda Díaz, que atuou como mediador do conflito. O governo regional foi alvo de muitas críticas por parte dos trabalhadores, que acusaram o seu presidente, Miguel Ángel Revilla, de "falta de compromisso" para encontrar uma solução ao problema e de despachar o assunto com uma simples frase: "Não é momento para greves".
Sindicatos e trabalhadores lembraram ao executivo regional que o acordo coletivo de trabalho tinha caducado há mais de um ano, muito antes de que os problemas com a energia ou os combustíveis estivessem em cima da mesa, e que nada se fez durante esse tempo.
A greve de 19 dias teve uma adesão de cerca de 95% dos trabalhadores e conseguiu paralisar por completo a indústria metalúrgica da comunidade autónoma. As grandes empresas da região já tinham pedido à patronal e aos sindicatos que chegassem a um acordo, porque os custos da greve começavam a ser incomportáveis para a economia da região.
A patronal acusava os sindicatos de fazer "exigências inadmissíveis" e os sindicatos acusavam a patronal de se "negar a negociar" e de mudar constantemente as propostas, sempre muito aquém das pretensões dos trabalhadores. Com a mediação do Ministério do Trabalho chegou finalmente o acordo que pôs fim a mais de três semanas de greve.