O ministro dos Negócios Estrangeiros afirma que contributo português “em matéria de drones” é um dos exemplos que pode “ajudar muito” a reforçar o apoio à Ucrânia.
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O ministro dos Negócios Estrangeiros afirmou esta segunda-feira, no Luxemburgo, que os governos da União Europeia estão de acordo que é preciso acelerar a ajuda à Ucrânia, numa altura em que a nova tática da Rússia tem conferido alguns ganhos às tropas do Kremlin. No caso de Portugal, Rangel afirma que há “empenho reforçado” para que a ajuda chegue ao terreno, estando a avançar em “várias frentes”.
“O Estado português continua a trabalhar no sentido de disponibilizar ainda mais material militar que possa ajudar a Ucrânia”, assegurou Rangel, acrescentando que se está “a trabalhar em várias frentes sobre essa matéria e estamos a disponibilizar alguma capacidade que existe, nas empresas privadas em Portugal”.
Paulo Rangel dá como exemplo o contributo “em matéria de drones”, em que Portugal pode “fabricar componentes, que poderiam ajudar muito nesta matéria”.
“Portanto, temos aqui várias frentes em que estamos a trabalhar”, considerou Paulo Rangel, acrescentando que, ao mesmo tempo, Portugal também participa, com 100 milhões de euros, na iniciativa da República Checa, para reunir no mercado 800 mil de projecteis para entregar a Kiev.
“Esta iniciativa tem o objetivo de acelerar [a entrega de armamento] e não está apenas voltada para a União Europeia, está até já com adesões em termos globais relativamente interessantes”, afirmou, considerando que este, “é, provavelmente, dos instrumentos que pode vir a responder [a] esse sentido de urgência”.
Noutra vertente, “a iniciativa alemã, no domínio, - que é aquilo que é sempre mais reclamado pela Ucrânia - que é a questão das defesas aéreas, talvez possa haver aqui algum progresso efetivo”, afirmou.
Questionado sobre as criticas de que o ritmo das entregas não acompanha a ênfase política na União Europeia, Paulo Rangel, considera importante colocar a questão perspectiva.
“Por comparação com os Estados Unidos, nós até andamos bastante depressa. Os Estados Unidos - felizmente -, só no domingo é que nós vimos a Câmara dos Representantes a desbloquear processo absolutamente fundamental para a defesa da Ucrânia, que foi justamente a ajuda de cerca de 60 mil milhões de dólares”.
Por essa razão diz “compreender essas críticas aceitando-as”. Pois, “de facto, a União Europeia, nós sabemos disso, é uma construção extraordinária, consegue coisas que de outra forma não se conseguiam, mas nem sempre está à altura das expectativas que gera, porque o processo de decisão é complexo, porque na área da política externa e da política de defesa, as visões nem sempre são coincidentes, e portanto, isso faz com que tenhamos que tomar bastante tempo”.