Paz no Médio Oriente? "Infelizmente, Conselho de Segurança da ONU bloqueia nos conflitos mais críticos"
Em declarações à TSF, o investigador José Pedro Teixeira Fernandes não acredita na eficácia das Nações Unidas. O Conselho de Segurança reúne esta segunda-feira de urgência, depois de Israel ter atacado Irão
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José Pedro Teixeira Fernandes encontra "um padrão" na conduta das Nações Unidas. O investigador do Instituto Português de Relações Internacionais da Universidade Nova de Lisboa não deposita na ONU "um papel significativo" para o fim do conflito no Médio Oriente.
"Infelizmente", afirma o professor, o Conselho de Segurança da ONU "bloqueia nos conflitos mais críticos a nível internacional".
"Sabemos que, neste caso, muito provavelmente, se houver aqui um algum tipo de ação a condenar Israel, muito provavelmente os Estados Unidos vetarão. O mesmo também é verdade se houver aqui algum tipo de atuação de sentido contrário, por exemplo, em relação ao Irão, muito provavelmente a Rússia e eventualmente a China também acabariam por fazer o inverso", sublinha José Pedro Teixeira Fernandes, em declarações à TSF.
Depois de Israel ter atacado o Irão, o investigador adianta que Teerão "tem muitos motivos para se querer mostrar forte e para passar a mensagem de que continua a ser uma potência maior e que não deixa cair os seus aliados e que faz frente a Israel".
No entanto, José Pedro Teixeira Fernandes refere que, "se realmente os ataques israelitas tiveram o grau de eficácia que parecem ter tido, passa uma mensagem de que um outro ataque de Israel poderá ser ainda mais intenso".
Para o investigador, o impasse no Médio Oriente está também "relacionado com a expectativa de quem vai ser o próximo presidente dos Estados Unidos da América".
