Pedro Sánchez ameaça demitir-se: “Preciso pensar se devo continuar no Governo ou renunciar"
Em causa está uma denúncia contra a sua mulher sobre um suposto delito de tráfico de influências. O presidente do Governo espanhol cancelou a agenda até segunda-feira.
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O líder do Governo espanhol, Pedro Sánchez pode demitir-se já na próxima segunda-feira. Em causa está uma denúncia do sindicato de extrema-direita Manos Limpias, que acusa a sua mulher, Begoña Gómez, de um delito de tráfico de influências, por supostamente recomendar empresários que se apresentavam a concursos públicos.
“Preciso urgentemente de responder à questão de saber se vale a pena, apesar da lama em que a direita e a extrema-direita tentam virar a política, se devo continuar à frente do Governo ou abrir mão desta grande honra”, escreve Sánchez numa carta publicada na rede social X. O suspense vai manter-se até segunda-feira. Nesse dia, Sánchez comparecerá perante os meios de comunicação para revelar se continua, o não, à frente do Governo espanhol.
A acusação baseia-se em informações que foram divulgadas por diários digitais como The Objective, Libertad Digital, Vozpopuli e El Confidencial. O Partido Popular já tinha denunciado o caso à Comissão de conflito de interesses, depois da publicação das primeiras informações, denúncia essa que foi arquivada. Na carta publicada, Sánchez acusa a direita e a extrema-direita de “não aceitarem os resultados eleitorais de julho” e de terem passado “do ataque político ao pessoal” para acabarem com aquilo que ele respresenta, “um governo progressista, baseado na justiça social, no crescimento económico e na regeneração democrática".
O líder do Governo espanhol diz-se cansado dos ataques “escandalosos, falsos e grosseiros” da direita e da extrema direita e acusa Alberto Núñez Feijóo, líder do Partido Popular, e Santiago Abascal, líder do Vox, de “terem posto a funcionar a máquina de lodo”, “para taparem os seus próprios casos de corrupção e a falta de projeto político”. Chegados a este ponto, Sánchez diz não saber “se vale a pena” prosseguir no cargo.
Sánchez lembra que a denúncia contra Begoña Gómez foi apresentada pela “organização de extrema direita” e garantiu que sua esposa defenderá sua honorabilidade e colaborará com a Justiça em tudo o que for necessário para esclarecer “alguns fatos tão escandalosos como inexistentes". Acrescenta que se baseia em “supostas informações provenientes de uma constelação de jornais ultraconservadores” e que, após a sua publicação, Begoña Gómez tomou medidas legais para que estes mesmos jornais digitais rectificassem as notícias “falsas”.
O líder do Governo lamenta que esta estratégia “de perseguição por terra, mar e céu” seja perpetrada há meses e por isso não se surpreende com o “exagero” dos dirigentes do PP e do Vox.
Este fim de semana, Sánchez não participará nos atos de campanha na Catalunha, nem no Comité Federal do PSOE. Os membros do Governo começaram uma campanha de apoio a Pedro Sánchez nas redes sociais com os hashtag #yoconpedro e #notodovale
