O presidente do Governo espanhol foi o primeiro líder europeu a visitar a China depois da guerra comercial aberta por Donald Trump
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A China é uma sócia da União Europeia e as relações entre os vários países têm de ser mais equilibradas. As palavras são de Pedro Sánchez na primeira visita de um líder europeu ao país, depois das tarifas impostas por Donald Trump.
“Espanha é um país profundamente europeísta e vê a China como um sócio da União Europeia”, disse Pedro Sánchez depois de se reunir com o líder chinês, Xi Jinping. "Queremos continuar a desenvolver as nossas relações com a China na base do equilíbrio da reciprocidade e de umas condições de concorrência equitativas e transparentes para ambas partes."
A viagem oficial, que incluiu ainda uma visita ao Vietname, outro dos países mais afetados pelas taxas alfandegárias de Trump, serviu ainda para assinar quatro acordos de colaboração entre os dois países, “dois em âmbitos vinculados com ciência, a tecnologia e a inovação, outro em matéria educativa e outro para impulsionar a criação cinematográfica”.
Sem querer abordar de forma clara a guerra comercial aberta entre os Estados Unidos e a China, Sánchez voltou a frisar a importância do “diálogo” e da “abertura comercial” para a estabilidade internacional. “Não me vou meter nas relações bilaterais entre dois países, os Estados Unidos e a China, eu sou o presidente do Governo de Espanha, de um país europeu, e o que lhes posso garantir é que Espanha e Europa defendem os mesmos interesses, os mesmos valores e os mesmos princípios", insistiu.
A visita de Pedro Sánchez provocou certo mal-estar no Governo de Donald Trump. O secretário do Tesouro dos Estados Unidos disse mesmo que uma aproximação entre Espanha e China seria como “cortar a própria garganta”. Nesse sentido, o líder do Governo Espanhol voltou a recordar que “a política internacional de Espanha não se faz contra ninguém”, mas sim “a favor do entendimento entre países, da defesa da ordem multilateral e do livre comércio”.
