
Pedro Sánchez faz juramento na presença do rei Felipe VI de Espanha
Juan Carlos Hidalgo/EPA
O primeiro-ministro reconduzido jurou defender a Constituição numa cerimónia que teve lugar no palácio Zarzuela, residência oficial de Felipe VI, sem Bíblia ou crucifixo, como era tradicional.
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Pedro Sánchez tomou posse, esta manhã, como chefe do Governo espanhol, perante o rei Felipe VI, um dia após ser investido no parlamento para liderar uma coligação entre socialistas e a extrema-esquerda.
Pedro Sánchez repetiu a atitude que tinha tomado em junho de 2018, quando subiu ao poder e foi o primeiro chefe de Governo a fazer um juramento sem símbolos religiosos desde a restauração da democracia na Espanha, em 1977.
O líder socialista deverá anunciar na próxima semana a composição do primeiro Governo de coligação desde o fim da ditadura, entre o PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol) e o Unidas Podemos (extrema-esquerda).
Pedro Sánchez foi reconduzido na terça-feira como primeiro-ministro pelo Congresso dos Deputados espanhol (parlamento), em segunda votação, pela maioria simples dos deputados do parlamento espanhol (mais votos a favor do que contra): 167 deputados a favor, 165 contra e 18 abstenções.
A investidura pôs fim a quase um ano de paralisia política, em que Sánchez liderou um executivo de gestão.
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Pedro Sánchez conseguiu ser investido depois de ter negociado a abstenção dos 13 deputados independentistas catalães da ERC, aceitando a criação de uma "mesa de diálogo" para resolver "o conflito político sobre o futuro da Catalunha".
O programa do Governo de coligação minoritário prevê o aumento dos salários mais baixos e dos impostos sobre as grandes empresas, assim como a reversão da reforma do mercado de trabalho aprovada em 2012 pelo Governo de Mariano Rajoy, do PP (Partido Popular, direita).
O chefe de Governo reconduzido tornou-se primeiro-ministro pela primeira vez em junho de 2018, depois de propor uma moção de censura que derrubou o executivo minoritário de Mariano Rajoy muito fustigado pelos escândalos de corrupção de membros do PP.
O líder socialista dirigiu um executivo também minoritário até que foi incapaz, por falta de apoios, de aprovar, no início do ano passado, o Orçamento de Estado para 2019, tendo convocado eleições antecipadas.
O PSOE foi o partido mais votado em abril do mesmo ano, mas longe da maioria absoluta, não tendo conseguido formar um Governo com o Unidas Podemos, o que levou à repetição da consulta eleitoral que não alterou significativamente a relação de forças no parlamento.
Nas eleições de 10 de novembro último, para o Congresso dos Deputados, o PSOE teve 28,0% dos votos (120 deputados), seguido pelo PP com 20,8% (88), o Vox (extrema-direita) com 15,1% (52), o Unidas Podemos com 12,8% (35), e o Cidadãos (direita liberal) com 6,8% (10), ERC com 3,6% (13), com os restantes votos divididos por partidos de menor dimensão.