"A explosão foi muito forte." Atentado no Afeganistão mata pelo menos 126 pessoas
Atacantes detonaram carro-bomba na província de Maidan Wardak. Maioria das vítimas mortais é das Forças Armadas afegãs. Autoridades locais falam em número indeterminado de feridos.
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Pelo menos 126 pessoas morreram, na maioria militares, e várias ficaram feridas, na sequência de um atentado com um carro-armadilhado levado a cabo numa base militar na província de Maidan Warkad, situada junto a Cabul, a capital do Afeganistão.
Os números são avançados por um oficial do Ministério da Defesa, em Cabul, que pediu o anonimato ao jornal britânico The Guardian: "Temos a informação que 126 pessoas foram mortas durante o ataque, entre elas estão oito comandos especiais."
De acordo com o mesmo oficial, o atentado foi levado a cabo na manhã desta segunda-feira, sendo que os atacantes conseguiram entrar na base militar, conduzindo um carro carregado de explosivos e detonando o veículo.
Dois homens armados entraram naquela base militar já depois da explosão e ainda dispararam contra soldados antes de serem abatidos. Os atacantes usaram carros blindados para forçar as fortificações militares.
Os feridos foram depois transportados para vários hospitais da capital do país.
"Esconder os números"
Ainda segundo o The Guardian, Sharif Hotak, membro do governo da província de Maidan Wardak, considera que as autoridades de Cabul estão a esconder informação sobre este ataque: "O Governo está a esconder os números exatos das baixas, para evitar desmoralizar as tropas. A explosão foi muito forte."
Uma informação reiterada por um membro do Ministério do Interior: " Foi-me dito para não tornar público o número de mortos. É frustrante esconder os factos."
Numa nota, o gabinete do Presidente afegão, Ashraf Ghani, já reagiu. "Os inimigos do país levaram a cabo o ataque, matando e ferindo, em grande número, os nossos amados e honestos filhos."
Nos últimos anos, o Governo do Afeganistão parou de divulgar pormenores sobre o número de vítimas de atentados no país, mas, no ano passado, quebrou o silêncio e avançou que 28 mil polícias e soldados afegãos morreram desde 2015.