Pelo menos 16 pessoas foram queimadas vivas ou assassinadas com catanas e dezenas ficaram feridas ao cabo de dois dias de violência étnica na Guiné-Conacri, afirmaram hoje as autoridades do país.
Corpo do artigo
A violência foi desencadeada na cidade de Koule, no sul do país, quando guardas de uma estação de serviço da tribo Guerze espancaram até à morte um jovem da etnia Konianke que acusaram de roubo.
Os confrontos alastraram à capital provincial, N'Zerekore, situada 570 quilómetros a sudeste de Conakry, e várias casas foram destruídas.
Um porta-voz governamental, Albert Damatang Camara, afirmou que as forças de segurança foram reforçadas e que a calma voltou às ruas, apesar de terem morrido 16 pessoas e 80 terem ficado feridas.
De acordo com Francois Lamah, um médico local ouvido pela agência France Presse, o número de mortos não foi ainda totalmente contabilizado, uma vez que muitos corpos mutilados não chegaram a passar pelo hospital.
«Alguns foram queimados vivos e outros mortos com catanas. Não conseguimos dar conta disto, a situação ultrapassou-nos», referiu.
A violência tribal é comum naquela região junto à fronteira com a Libéria, muitas vezes por motivos religiosos.
Os Guerze são maioritariamente cristãos ou animistas, enquanto os Konianke são muçulmanos, associados à comunidade étnica Mandingo, da Libéria.