Pelo menos 60 pessoas foram mortas na República Centro-Africana, em combates, hoje e domingo, entre as forças do regime e grupos armados que alegadamente apoiam o ex-Presidente François Bozizé, informou a Presidência centro-africana.
Corpo do artigo
Segundo o porta-voz da Presidência, Guy-Simplice Kodégué, «homens armados» infiltraram-se nos últimos dias em aldeias da região de Bossangoa, 250 quilómetros a noroeste de Bangui, a capital.
Esses homens, que reclamam ser próximos do ex-chefe de Estado, «destruíram pontes e outras infraestruturas», em ações de «vingança contra a população muçulmana», segundo a mesma fonte.
François Bozizé, derrubado a 24 de março pela coligação rebelde Séléka, liderada pelo atual Presidente, Michel Djotodia, é natural da zona de Bossangoa. Em agosto, o ex-Presidente disse estar disponível para regressar ao poder «se a ocasião surgir», mas garantiu que prefere a via política.
Desde a tomada do poder pelos rebeldes do Séléka, em março, a segurança no país tem piorado. Michel Djotodia tem tido dificuldades para manter a ordem e desarmar os ex-combatentes.
A mais recente vaga de violência na República Centro-Africana já forçou ao deslocamento de milhares de pessoas, contabilizou na sexta-feira o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
A agência das Nações Unidas enviou na semana passada uma delegação ao norte do país, onde encontrou «sete aldeias incendiadas e desertas e uma oitava aldeia meio queimada e com os habitantes escondidos no mato».
A equipa do ACNUR constatou ainda uma ausência generalizada de respeito pela lei, violações generalizadas dos direitos humanos e um «vazio de segurança».