Pelo menos 67 pessoas morreram nas Filipinas devido a deslizamentos de terras e chuvas
O país espera a chegada de uma tempestade tropical no domingo.
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Pelo menos 67 pessoas morreram em deslizamentos de terra e inundações causadas por fortes chuvas no sul das Filipinas, antes de uma tempestade tropical que se espera que ocorra no domingo.
O balanço oficial anterior apontava para 42 mortos e 16 desaparecidos, disseram as autoridades locais à AFP em comunicado.
As inundações rapidamente engoliram várias cidades e aldeias na ilha de Mindanau, levando árvores, rochas e lama no seu caminho, principalmente na empobrecida região de Cotabato, uma cidade com cerca de 300.000 pessoas.
O exército enviou camiões para salvar os habitantes impedidos de sair em Cotabato e noutras oito cidades próximas, disse o chefe regional da Defesa Civil, Nasrullah Imam.
"É um choque ver municípios que nunca foram inundados antes, serem agora afetados", disse o Imã, acrescentando que algumas famílias tinham sido levadas pelas cheias.
E prosseguiu: "A água começou a entrar nas casas antes do amanhecer" e muitos residentes foram "apanhados desprevenidos" com a rápida subida das águas, disse à AFP o porta-voz das autoridades locais, Naguib Sinarimbo.
Equipas de resgate encontraram 27 corpos na cidade de Datu Odin Sinsuat, incluindo mais 11 vítimas que estavam numa aldeia enterrada na lama.
Dez corpos foram encontrados em Datu Blah Sinsuat e cinco em Upi, segundo disse à Afp Naguib Sinarimbo, lembrando que várias pessoas foram resgatadas depois de terem subido aos telhados das suas casas.
Os socorristas tiveram de levar um bebé, com água até ao peito, numa banheira de plástico, segundo uma fotografia divulgada pela polícia provincial.
O cineasta local Remar Pablo disse à AFP que estava a filmar um concurso de beleza na cidade de Upi, quando as águas "engoliram a cidade" por volta da meia-noite, provocando a fuga dos espetadores.
"Ficámos presos dentro" do edifício, disse Pablo, cujas filmagens mostram uma fila de carros semi-submersos no exterior, sendo que ele, por fim, acabou por saltar para a água na tentativa de chagar a sua casa.
Embora as águas tenham recuado em várias áreas, a cidade de Cotabato ainda está praticamente submersa.
As autoridades locais receiam que hoje haja mais inundações devido às fortes chuvas.
"O nosso foco imediato é continuar as operações de salvamento, bem como criar cozinhas comunitárias para os sobreviventes", disse Sinarimbo.
A guarda costeira também suspendeu os serviços de 'ferry boot' em grande parte do arquipélago, onde dezenas de milhares de pessoas embarcam todos os dias.
As fortes chuvas começaram na quinta-feira à noite na região.
Os serviços de meteorológico em Manila informaram que a intensidade da chuva deve-se, em parte, à tempestade tropical Nalgae, que se espera venha a fortalecer-se à medida que se aproxima do país.
Nalgae dirige-se para o noroeste das Filipinas, com ventos de 85 quilómetros por hora e pode atingir a ilha de Samar hoje ou a península de Bicol na parte sul da ilha de Luzon hoje à noite.
Os funcionários da Defesa Civil já evacuaram cerca de 5.000 pessoas, antecipando assim os deslizamentos de terra e as inundações.
Em média, 20 tufões e tempestades atingem as Filipinas todos os anos, matando pessoas e gado no seu caminho, além de devastando fazendas, casas, estradas e pontes, embora o sul do país seja raramente afetado.
À medida que o mundo é afetado pelo aquecimento global, tempestades e tufões "estão a tornar-se mais poderosos", advertem os cientistas especializados em clima.
No final de setembro, o Typhoon Noru matou pelo menos 10 pessoas nas Filipinas, incluindo cinco membro de equipas de resgate quando procuravam socorrer pessoas e bens.
A tempestade tropical Megi, que atingiu o país em Abril, matou pelo menos 148 pessoas e causou grandes deslizamentos de terras.
Em 2013, o tufão Haiyan causou a morte ou o desaparecimento de mais de 7.300 pessoas.