A Câmara dos Representantes aprovou na quarta-feira as duas acusações do Presidente Trump.
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Rivais de longa data no Congresso norte-americano, a democrata Nancy Pelosi e o republicano Mitch McConnell continuaram esta segunda-feira o seu braço-de-ferro sobre os termos do processo de destituição do Presidente Donald Trump, inicialmente previsto para janeiro.
A Câmara dos Representantes, controlada pelos Democratas e presidida por Pelosi, aprovou na quarta-feira as duas acusações do Presidente Trump, que deve agora ser julgado num processo histórico no Senado por "abuso de poder" e "obstrução do bom funcionamento do Congresso".
Com o apoio de Mitch McConnell e da sua maioria Republicana, Donald Trump quase garante que seja absolvido na câmara alta do Congresso (Senado). No entanto, antes levar a acusação ao Senado, segundo um ritual que serviu apenas para julgar dois ex-Presidentes norte-americanos (Andrew Johnson e Bill Clinton) até à data, os Democratas querem garantias sobre a condução do julgamento.
"A Câmara não pode escolher" qual dos seus membros atuará como procurador "até sabermos que tipo de julgamento o Senado conduzirá", explicou esta segunda-feira Nancy Pelosi na sua conta da rede social Twitter.
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Pelosi pediu, em particular, que o Senado considere em ouvir as testemunhas que se recusaram em aparecer perante a comissão parlamentar de inquérito da Câmara. Donald Trump não colaborou na investigação e proibiu os seus colaboradores de testemunhar, denunciando uma "caça às bruxas".
"Veremos mais tarde", respondeu Mitch McConnell a Nancy Pelosi na cadeia de televisão Fox News, deixando a porta aberta a pedido dos Democratas. "Temos que ouvir os argumentos, ter tempo para perguntas por escrito e depois decidir se precisamos de testemunhas ou não", elucidou McConnell, afirmando que quer conduzir esse julgamento "da mesma maneira" que o do ex-Presidente Democrata Bill Clinton, pelo caso Lewinsky, em 1999.
"O que foi suficiente para o Presidente Clinton é suficiente para o Presidente Trump", disse McConnell, salientando que as regras do jogo foram votadas por unanimidade pelos senadores após as negociações.
No que diz respeito ao processo de destituição, a Constituição americana é muito sucinta, deixando ao Senado qualquer margem sobre a duração e os termos do julgamento.