Pequim criticou a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, por condenar as violações dos direitos humanos na China e assegurou que qualquer tentativa para promover revoltas como as do Médio Oriente é inútil.
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«É inapropriado que quem quer que seja compare a China com alguns países de África e Médio Oriente, que enfrentam contestações», sublinhou em comunicado publicado na Internet a porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros.
O tom de Jiang Yu foi diferente do empregado, na quinta-feira durante uma conferência de imprensa, quando tentou desvalorizar os comentários de Clinton, publicados na terça-feira pela revista The Atlantic, onde sublinhou que a situação dos direitos na China era «deplorável».
Clinton classificou como uma «missão de loucos» as tentativas do regime chinês para «travar o curso da história» para uma democracia com a actual campanha de repressão da dissidência, durante a qual centenas de activistas, advogados, intelectuais e artistas foram detidos.
Esta campanha de detenções, classificada por analistas e grupos de direitos humanos como a mais feroz da última década, começou em Fevereiro na sequência de chamadas anónimas e apelos na Internet instaram a população chinesa a participar numa «revolução jasmim».
«Qualquer tentativa de promover as revoltas do Médio Oriente na China e mudar o caminho do desenvolvimento escolhido pelo povo chinês será inútil», conclui a porta-voz no comunicado.
Apesar das convocatórias anónimas não terem tido apoio popular, o regime chinês acusou a imprensa estrangeira de tentar fazer a cobertura destas e reforçou uma campanha repressiva que começou em Outubro, quando o prémio Nobel da Paz foi atribuído ao preso politico chinês Liu Xiaobo.