O artista plástico e ativista chinês foi hoje notificado pelas autoridades de que podia levantar o documento.
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Em declarações por telefone à Reuters, Ai Weiwei contou ter recebido uma chamada da polícia alfandegária dizendo-lhe que o passaporte dele estava disponível. O artista não perdeu tempo e já o levantou.
"Não fiquei surpreendido", confessa, "porque, na realidade, há muito que eles me tinham dito que um dia isto aconteceria. Acontece que foram protelando essa decisão durante quatro anos".
Em 2011, Ai foi detido sem qualquer acusação e foi posto em isolamento, o que provocou um movimento internacional de indignação. Mais tarde, um tribunal acusou-o de fuga ao fisco. Teve de pagar 2,4 milhões de dólares para sair em liberdade.
O artista de renome mundial mantém que essa acusação foi uma retaliação pelas suas críticas ao regime chinês.
Em novembro de 2013 iniciou um protesto contra a proibição de viajar, colocando todos os dias flores no cesto de uma bicicleta estacionada à porta da sua casa. Um ritual que cumpriu durante seiscentos dias até esta quarta-feira.
Ai Weiwei não sabe porque é que as autoridades decidiram agora devolver-lhe o passaporte, mas não teme que se trate de uma armadilha: "Se me deixam sair, não acredito que depois não me deixem voltar a entrar".
O artista já sabe qual é o primeiro destino que quer carimbar no passaporte. Será a Alemanha, mais precisamente Berlim, onde o filho vive há quase um ano.