"Perigo eminente de vida." Embarcação com mais de 400 migrantes à deriva entre Itália e Malta
Uma ONG alemã alerta que os passageiros a bordo do barco, que partiu da Líbia e está sem capitão, estão em "perigo eminente de vida".
Corpo do artigo
Um barco, que partiu da cidade libanesa de Tobruque, que transporta mais de 400 migrantes "em perigo" está à deriva no mar Mediterrâneo, entre Itália e Malta, enquanto aguarda o resgate da guarda costeira italiana, segundo o serviço de salvamento marítimo Alarme Phone.
1644991321898196992
O alerta foi dado durante a madrugada de domingo pelos próprios passageiros da embarcação, que afirmaram ter ficado sem combustível. "Em pânico" com a situação, três pessoas saltaram para o mar, sendo que uma delas ficou inconsciente.
O Alarm Phone afirmou ter contactado as autoridades na Grécia, Malta e Itália assim que recebeu o pedido de socorro, mas as autoridades italianas só ativaram uma operação de busca e salvamento "quando o barco alcançou a sua região SAR [Área de Busca e Salvamento, na sigla em inglês]", apesar de estarem cientes do caso desde a chamada de alerta inicial.
Entre os passageiros está uma criança, uma mulher grávida e uma pessoa com deficiência física.
A organização não governamental (ONG) alemã Sea-Watch International referiu que as pessoas a bordo estão "em perigo eminente de vida" e pediram a intervenção da União Europeia.
"Uma mulher contou-nos sobre as graves condições a bordo: o capitão abandonou o barco e ninguém consegue fazer o barco voltar a andar; muitas pessoas precisam de cuidados médicos", escreveu o Alarme Phone na rede social Twitter.
Segundo a Skynews, os passageiros já receberam água e o barco foi reabastecido, no entanto os viajantes enfrentam agora o problema do mar agitado e ventos fortes, pelo que tiveram de recorrer ao uso de baldes para retirar a água que inunda o barco.
Recentemente, houve um aumento do número de barcos com migrantes que cruzam o Mediterrâneo vindos do Norte da África.
A semana passada ficou marcada pelo resgate de 440 migrantes, em Malta, após uma complexa operação de 11 horas em mares tempestuosos. A operação foi realizada pela Geo Barents, embarcação dos Médicos Sem Fronteiras.
A rota do Mediterrâneo Central é descrita pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados como o trajeto de migração mais perigosa do mundo, sendo que uma em cada seis pessoas que sai da costa do Norte de África morre.