Os exames aos restos mortais do ex-presidente chileno Salvador Allende confirmaram que este se suicidou no dia do golpe de Estado liderado por Augusto Pinochet, 11 de setembro de 1973.
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«A conclusão é a mesma que a família Allende tinha: a 11 de Setembro de 1973, quando se encontrava em circunstâncias extremas, o presidente suicidou-se antes de ser humilhado ou de ser submetido a qualquer outra situação», afirmou aos jornalistas uma das filhas, Isabel Allende, depois de ser informada pelo Serviço Médico Legal (SML) de Santiago do resultado das perícias aos restos mortais, exumados a 23 de maio.
Após a sua morte, o corpo de Allende foi submetido a uma autópsia antes de ir para a cidade de Viña del Mar, mas em 1990, com o regresso à democracia, o corpo foi exumado e trasladado para a capital, tendo na ocasião sido submetido a um segundo exame forense.
Depois de nova exumação, a 23 de maio, uma equipa internacional de peritos concluiu por unanimidade que Allende se suicidou, afirmou o diretor do SML, Patricio Bustos.
O novo exame teve lugar depois de surgirem outras versões sobre a morte do antigo presidente socialista chileno, indicando que Allende pode ter sido assassinado pelos militares golpistas que assaltaram o palácio de La Moneda (sede do governo) ou que terá tentado suicidar-se e falhou, tendo o disparo fatal partido de um dos seus colaboradores mais próximos.
Bustos explicou que o trabalho pericial teve quatro fases: comprovação da identidade do corpo exumado, causa da morte (ferida de projéctil), a forma (suicídio) e a circunstância (golpe militar).