Um pescador sul-coreano fugiu da Coreia do Norte mais de 40 anos depois de ter sido raptado, numa zona disputada do mar Amarelo, anunciou fonte oficial da Coreia do Sul.
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Jeon Wook-pyo, de 68 anos, fugiu da Coreia do Norte no início de agosto, como dezenas de pessoas que todos os anos conseguem passar a fronteira, uma das mais vigiadas e armadas do mundo.
«Está agora a ser interrogado pelos serviços de segurança», disse à agência noticiosa francesa AFP um responsável governamental sul-coreano.
De acordo com Seul, mais de 500 cidadãos, na maioria pescadores, foram raptados pela Coreia do Norte desde o final da Guerra da Coreia (1950-53).
Os refugiados são frequentemente recebidos com desconfiança pelo Sul, cujas autoridades receiam tentativas de infiltração de espiões e são submetidos a interrogatórios severos.
Jeon era um dos 25 pescadores de duas embarcações capturadas por um navio de guerra norte-coreano, a 28 de dezembro de 1972. Desconhece-se o que aconteceu aos restantes pescadores.
Uma associação de apoio aos refugiados afirmou que Jeon passou por um país terceiro - provavelmente a China - durante a fuga, de 11 de agosto.
Em seguida, enviou uma mensagem à presidente sul-coreana, Park Geun-hye, a pedir ajuda, na qual afirmava querer voltar a aldeia natal.
A Coreia do Sul exige regularmente a libertação de todas as pessoas raptadas pelo Norte. Pyongyang nega ter realizado qualquer tipo de sequestro.
Desde 2000, 28 soldados sul-coreanos, dados como mortos em confrontos, reapareceram e 13 regressaram ao Sul.
A Coreia do Sul e a Coreia do Norte continuam tecnicamente em guerra, desde 1953, uma vez o conflito terminou com um armistício e os dois países não chegaram a assinar um tratado de paz.