
A woman pushes a shopping cart through the grocery aisle at Target in Annapolis, Maryland, on May 16, 2022, as Americans brace for summer sticker shock as inflation continues to grow. (Photo by Jim WATSON / AFP)
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Entre abril e junho, a economia dos Estados Unidos recuou 0,9%.
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A economia dos Estados Unidos recuou 0,9% entre abril e junho, em ritmo anualizado, registando uma queda no Produto Interno Bruto (PIB) pelo segundo trimestre consecutivo, indicou esta quinta-feira o Departamento do Comércio.
No primeiro trimestre, o PIB norte-americano tinha registado uma contração de 1,6%, de acordo com os dados divulgados.
Estes dados indicam que a primeira economia mundial estaria a entrar em recessão técnica, que é definida por dois trimestres consecutivos de crescimento negativo, mas esse cenário tem sido afastado pela administração norte-americana e por vários economistas, que consideram que a economia não está necessariamente em recessão devido a outros indicadores mais favoráveis.
A secretária do Tesouro, Janet Yellen, vai dar uma conferência de imprensa às 18h30 (hora de Lisboa).
O Departamento do Comércio precisou que o recuo do PIB no segundo trimestre reflete uma diminuição do investimento das empresas e da compra de casa pelas famílias. O Governo federal, os estados e as administrações locais também travaram as despesas.
O consumo, que é o principal motor da economia dos Estados Unidos, manteve-se, mas graças às despesas com serviços, que aumentaram os preços devido à inflação.
Em relação à polémica sobre se os Estados Unidos estão ou não em recessão, o único organismo habilitado nos Estados Unidos a determinar oficialmente os períodos de recessão, o National Bureau of Economic Research (NBER), só o faz alguns meses depois.
O Presidente norte-americano, Joe Biden, afirmou na segunda-feira que o país não entraria em recessão e Yellen tem vindo a fazer declarações no mesmo sentido.
"O que uma recessão significa realmente é uma contração generalizada da economia e mesmo que esse número seja negativo, não estamos atualmente em recessão", sublinhou Yellen, no passado domingo.
O Partido Republicano (oposição) considera que se trata de uma tentativa de manipulação dos números.
A taxa de desemprego está em 3,6%, muito perto do nível que tinha antes da pandemia e que era o mais baixo em 50 anos, numa altura em que os empregadores ainda têm dificuldade em recrutar trabalhadores.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu em forte baixa a sua previsão de crescimento para este ano nos Estados Unidos e aponta agora para uma expansão de 2,3%, quando antecipava 3,7% em abril, o que justificou com "um crescimento mais fraco no início do ano" e com as consequências da inflação.
O PIB norte-americano registou uma contração de 3,4% em 2020 devido à crise causada pela pandemia de covid-19, mas subiu 5,7% em 2021.