Pior tempestade do século em Espanha. Mais de 60 mortos, dezenas de desaparecidos e danos incalculáveis
Pedro Sánchez não descarta pedir ajuda à UE e pede à população que se mantenha alerta
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Já são mais de 60 as vítimas mortais provocadas pelo pior episódio de chuvas torrenciais do século na região de Valência. A comunidade vive desde terça-feira uma situação catastrófica e o Governo espanhol não descarta pedir ajuda à União Europeia.
“Não vos vamos deixar sozinhos. Vamos ajudar-vos com todos os recursos do Estado e, se fizer falta, com os recursos da União Europeia, para que possam ultrapassar a situação, para que possam reconstruir os vossos lares e as vossas vidas o antes possível”, disse Sánchez.
O Governo espanhol está reunido, nesta altura, num comité de crise para avaliar a situação e definir as medidas a adotar. O presidente do Executivo garantiu que “Espanha dará o melhor de si mesma” para “ajudar a construir as casas, as estradas e as pontes” e que estará “unida para acompanhar a dor de quem perdeu seres queridos”. Sánchez pediu ainda à população para “não baixar a guarda”, apesar da melhoria das condições meteorológicas, porque “ainda não é possível dar por concluído este devastador episódio”.
“Peço a quem ali vive que redobre todas as medidas de prevenção e de segurança, que não se façam à estrada, que evitem passar perto de barrancos e leitos de rios e que respeitem as recomendações dos serviços de emergência e das forças de segurança”, concluiu Pedro Sánchez
A noite foi devastadora para a região. Dezenas de pessoas foram obrigadas a passar a noite nos telhados, em pontes, em árvores ou presas dentro dos próprios carros devido às inúmeras inundações que aconteceram por toda a região. Muitas delas continuam à espera que os serviços de emergência as resgatem, mas os acessos nesta altura são ainda muito difíceis em algumas zonas.
O Ministério da Defesa espanhol já começou a montar morgues portáteis e mobilizou para o terreno meios aéreos, mais de mil militares, cães treinados para a localização de cadáveres e psicólogos militares. A ministra da Defesa, Margarita Robles, classificou o sucedido como um “fenómeno sem precedentes”.
A maioria das estradas está cortada, assim como o serviço de comboio de alta velocidade entre Madrid e Valência. Mais de 155.000 pessoas foram afetadas com cortes de luz. Esta terça-feira caíram 445,4 litros de chuva por metro quadrado em Valência, o maior número registado em 24 horas nesta região desde 11 de setembro de 1966. Os danos materiais são ainda incalculáveis.
