No final de mais um dia de protestos contra as medidas de austeridade, o primeiro-ministro (PM) grego anunciou que vai remodelar o Governo e pedir um voto de confiança no Parlamento.
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O primeiro-ministro grego, George Papandreou, anunciou que realizará uma remodelação governamental na quinta-feira, dia em que pedirá um voto de confiança parlamentar face às manifestações contra a proposta de orçamento para continuar os planos de austeridade.
«Amanhã [quinta-feira], eu vou formar um novo Governo e imediatamente pedirei um voto de confiança no Parlamento», disse o primeiro-ministro socialista, num breve comunicado transmitido através da televisão.
A declaração aconteceu depois de a oposição ter recusado chegar a um acordo para formar um governo de unidade nacional.
Em declarações à TSF, o embaixador de Portugal na Grécia diz que, nesta altura, ainda persistem muitas dúvidas sobre o futuro do Governo grego.
«O primeiro-ministro foi recebido pelo Presidente da República hoje de manhã e informou que este Governo não pode continuar em funções dada a gravidade da crise», afirmou Alfredo Duarte Costa.
O embaixador adiantou ainda que «existem rumores de que o ministro Papandreou poderá se demitir» e sublinha que «o líder da oposição terá dito que aceita integrar um governo de salvação nacional desde que não seja presidido pelo actual primeiro-ministro».
À TSF, o diplomata português relatou ainda o ambiente que se vive em Atenas: «Durante a tarde houve trocas de pedras e gás lacrimogéneo na embaixada portuguesa, o que nos dificultou a respiração», conta.
Questionado sobre o modo como os gregos estão a reagir às medidas de austeridade, Alfredo Duarte Costa não hesita em afirmar que a população está desesperada.
«O povo acusa a classe política de ter levado o país a esta situação. O memorando assinado com o FMI é algo que os portugueses não conhecem. As pessoas perderam o 14.º mês e muitos funcionários perderam 30 por cento do seu vencimento», sublinha.